Fernando Valente, único suspeito de ter matado a grávida desaparecida da Murtosa e depois absolvido, disse, hoje, em tribunal, ter sido "humilhado, denegrido e ameaçado", quando andava pela Murtosa.
Corpo do artigo
O economista e empresário explicou, na sala de audiências, que apresentou queixa por difamação contra a tia e a irmã gémea de Mónica Silva, por considerar que foi alvo de difamações "muito graves" para si e para a sua família.
"Há uma suspeita que eu sou um monstro e um assassino, porque ambas deram entrevistas e escreveram nas redes sociais que eu era o único responsável não só por Mónica Silva ter desaparecido, como logo a seguir que eu a tinha assassinado", afirmou Fernando Valente.
Valente aguarda ainda que seja decidido o recurso interposto ao Tribunal da Relação do Porto, pedindo a sua condenação à pena máxima de 25 anos de prisão, por alegado crime de homicídio qualificado consumado de Mónica Silva.
Mónica Alexandra de Oliveira e Silva nunca foi encontrada, mas não o tribunal de júri considerou que não ficou provada a sua morte, no julgamento, terminado em julho de 2025, no Palácio da Justiça de Aveiro.
Sara Silva à entrada do Palácio da Justiça de Estarreja
Tal como a tia, que também é arguida neste processo, Sara Silva, irmã gémea de Mónica, afirmou esta segunda-feira, à entrada do tribunal, que continua a acreditar que foi Fernando quem matou a irmã.
"A Polícia Judiciária sempre teve a certeza que foi o Fernando Valente o assassino da minha irmã, ele quis sempre fazer-se como vítima, afirmou que a Mónica Silva era uma mulher da noite e da 'vida fácil', tal como já disse também de mim própria". O julgamento, no Palácio da Justiça de Estarreja, está a decorrer com fortes medidas de segurança, incluindo o Destacamento de Intervenção da GNR de Aveiro, dentro e fora da sala de audiências.