Uma mulher que no ano passado sequestrou e tentou matar a mãe em Sintra foi condenada a pelo menos três anos de internamento psiquiátrico. O Tribunal de Sintra considerou que a arguida, que chegou a ameaçar a progenitora de morte em frente à GNR, era, à data dos factos, inimputável por anomalia psíquica.
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A mulher foi condenda pelos crimes de sequestro, homicídio na forma tentada e ameaça agravada. Após a Páscoa de 2023, a arguida muniu-se de duas facas de cozinha, entrou no quarto da mãe e bloqueou a porta, impedindo que esta saísse. Disse-lhe que ela não tinha o direito a viver e que era a culpada da sua condição de saúde.
A 19 de abril de 2023, na casa onde ambas habitavam, a filha, "súbita e repentinamente, aproximou-se da ofendida pela retaguarda, agarrou-lhe o pescoço com ambas as mãos e apertou-o, estrangulando-a (apertanto-o muito), enquanto, ao mesmo tempo, dizia, entre outras expressões: «é hoje que vais morrer", descreve uma nota da Procuradoria da Comarca de Lisboa Oeste. A mãe acabaria por se libertar, com dificuldade, e fugir.
"Vou matá-la a ela e à sua cadela"
Mais tarde, já na presença de elementos dos bombeiros, dos militares da GNR e da própria mãe, disse: "eu quero matar a minha mãe, tentei partir-lhe o pescoço, se não a matar hoje, mato outro dia, vou matá-la a ela e à sua cadela". A mulher acabaria detida e foi condenada pelo Juízo Criminal de Sintra a 26 de fevereiro.
"A arguida, à data da prática dos factos, era inimputável por anomalia psíquica e, em razão da sua perigosidade, foi condenada na medida de segurança de internamento (em estabelecimento de tratamento psiquiátrico), com a duração mínima de três anos e a duração máxima de dez anos e oito meses", informa a Procuradoria.
O acórdão ainda não transitou em julgado, mas a arguida vai aguardar os ulteriores termos do processo em internamento preventivo em hospital psiquiátrico ou estabelecimento análogo adequado, acrescenta a mesma fonte.