Os três filhos, de quatro, sete e nove anos, do refugiado afegão que, na terça-feira, matou duas mulheres e feriu à facada um homem no Centro Ismaili, em Lisboa, foram encaminhados provisoriamente para uma instituição.
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A decisão definitiva quanto ao seu futuro será tomada posteriormente, por um Tribunal de Família e Menores.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, as crianças foram, na terça-feira, acompanhadas no centro religioso por pessoas com quem têm uma relação próxima, psicólogos e elementos da Segurança Social, tendo existido famílias da própria comunidade ismaelita que se ofereceram para acolher os menores em casa.
A solução passou, contudo, pelo encaminhamento dos meninos para uma instituição, onde poderão continuar em contacto com a comunidade e a frequentar o Centro Ismaili, mantendo as suas rotinas escolares.
O pai das crianças, de 34 anos, permanece internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa. Quando receber alta médica, vai ser apresentado pela Polícia Judiciária a um juiz de instrução e, dada a gravidade do crime, é expectável que fique desde logo privado de liberdade.
Já a mãe das crianças morreu há mais de um ano num campo de refugiados na ilha de Lesbos, na Grécia, por onde a família afegã passou antes de chegar a Portugal.
Abdul Bashir e os filhos residiam em Odivelas e tinham uma vida tranquila, sem sinais de problemas de integração. Os meninos, que têm familiares em vários países, estão a receber apoio psicológico.
Esta quarta-feira, o diretor da Polícia Judiciária, Luís Neves, revelou que a investigação aponta para que o ataque à facada tenha sido praticado no âmbito de uma possível "surto psicótico", não existindo "um único indício de terrorismo".