O cidadão afegão que matou duas mulheres no centro ismaelita de Lisboa foi posto em prisão preventiva, esta quarta-feira, no Hospital Prisional de São João de Deus, em Caxias, Oeiras.
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O ataque no Centro Ismaili, em que foram esfaqueadas mortalmente duas trabalhadoras e ficou ainda ferido um professor, também por golpes de arma branca, ocorreu em 28 de março último, mas só esta quarta-feira o estado de saúde do refugiado afegão, Abdul Bashir, de 28 anos, permitiu às autoridades levá-lo a um juiz de instrução criminal, para interrogatório e aplicação de medidas de coação.
A diligência teve lugar no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, tendo resultado na aplicação da medida de coação de prisão preventiva.
A seguir à diligência, o suspeito foi conduzido por agentes da PSP para o complexo prisional de Caxias, onde existe uma prisão convencional e um hospital prisional. Segundo informações recolhidas pelo JN, os polícias levaram o afegão, numa cadeira de rodas, para o hospital prisional.
Na manhã de 28 de março, o ataque no centro ismaelita foi parado por um agente da PSP que fazia um serviço gratificado ali perto e acorreu rapidamente ao edifício da comunidade muçulmana ismaelita. Neutralizou Abdul Bashir com tiros de pistola que o atingiram, pelo menos, numa perna.
A seguir, o homicida foi levado para o hospital, onde mostrou estar psiquicamente perturbado. Suspeita-se, aliás, que tenha cometido os crimes por força de um surto psicótico.
As vítimas mortais são duas mulheres, na casa dos 20 e dos 40 anos, que colaboravam com o Centro Ismaili no acolhimento e na integração de refugiados em Portugal.
Abdul Bashir pretenderia mudar-se de Portugal para um país do Centro da Europa.
Entre a sua saída do Afeganistão e a chegada a Portugal, em 2021, Abdul Bashir esteve num campo de refugiados da Grécia com a mulher e três filhos, menores de idade. A mulher, no entanto, morreu num incêndio ali ocorrido, tendo então Abdul Bashir rumado a Portugal com os filhos. Estes foram acolhidos por uma instituição social, após os crimes do pai.