Adolescente possessivo batia em rapariga de 16 anos e controlava os seus movimentos, amizades e redes sociais. Agressor de 17 anos ficou em prisão domiciliária, em Cantanhede.
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Proibiu a namorada de estar com os amigos e de usar certas roupas; obrigou-a a criar novas contas nas redes sociais às quais tivesse acesso. Há seis meses, esganou-a até quase a sufocar.
No mês passado, agrediu-a violentamente, dizendo que a ia matar. No fim, obrigou-a a filmar um vídeo a rebolar no chão para mostrar aos pais que se tinha magoado sem querer. O agressor, com 17 anos, foi detido. Ficou em prisão domiciliária e proibido de contactar a vítima.
Exercia controlo possessivo
O caso ocorreu em Cantanhede. Os dois adolescentes começaram a namorar em março de 2021. Desde cedo, ele exerceu sobre ela um controlo possessivo. Dizia que ela era "uma coisa dele" e que, por isso, tinha que a proteger, não querendo que convivesse com ninguém. Para que obedecesse, ameaçava-a, por vezes, de morte, conta a Procuradoria da Comarca de Coimbra
Obrigou-a apagar as contas que tinha nas redes sociais e a criar novos perfis, aos quais ele tinha acesso, passando a enviar mensagens da sua conta, fazendo-se passar por ela. E exigiu que ela instalasse uma aplicação no telemóvel que lhe permitia saber sempre onde estava.
Agrediu-a e quase a sufocava
Há cerca de meio ano, atirou-a ao chão e pôs os braços à volta do seu pescoço, fazendo força até ela quase ficar sem ar. Depois exigiu saber o que tinha estado a fazer e com quem.
A 15 de outubro, deu-lhe um soco violento e ela caiu ao chão. De seguida, agrediu-a com socos e pontapés e bateu-lhe com um pau nas pernas, dizendo que ia puxar da arma e dar-lhe um tiro. Quando ela se tentou levantar, atirou-a contra uma árvore e desferiu-lhe várias joelhadas na barriga.
Filmou-a a rebolar no chão para mostrar aos pais
No fim, ao ver que ela tinha ferimentos visíveis, "obrigou-a a fazer um vídeo a rebolar no chão, para mostrar aos pais que tinha andado a fazer umas brincadeiras e que se tinha magoado sem querer".
O caso chegou ao conhecimento das autoridades e a GNR deteve o jovem. Foi apresentado a um juiz que o colocou em prisão domiciliária e o proibiu de contactar com a vítima e de ter na sua posse qualquer tipo de arma.
A investigação prossegue a cargo do Ministério Público de Cantanhede e do DIAP de Coimbra.