Um funcionário de um hotel no centro de Lisboa, de 46 anos, morreu esfaqueado, este sábado de madrugada, ao chegar a casa, na Portela de Sacavém, concelho de Loures. O homicídio terá ocorrido durante um assalto, junto a uma paragem de autocarro. A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar.
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À hora de publicação deste artigo, desconhecia-se a detenção pelas autoridades de qualquer suspeito do crime.
A vítima foi encontrada já sem vida por uma patrulha da PSP, num passeio junto a um muro da Avenida das Descobertas, a cerca de 300 metros da igreja e do centro comercial daquele bairro residencial, onde vivem cerca de 20 mil pessoas.
O cadáver apresentava “indícios de violência” e, por isso, foi acionada a PJ, referiu, ao JN, fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, escusando-se a adiantar mais detalhes sobre o caso. À Lusa, o comandante dos Bombeiros Voluntários de Moscavide e Portela, Tiago Santos, precisou que o alerta para uma “agressão” foi dado pelas 2.30 horas e que o homem sofrera, pelo menos, uma facada na perna.
As circunstâncias do homicídio estão ainda a ser apuradas pela PJ, mas, ao JN, amigos da vítima que preferiram manter o anonimato apontam para que Pedro P. tenha morrido ao ser assaltado, quando regressava do trabalho, no Hotel Mundial, no Martim Moniz, no centro da cidade de Lisboa.
Contactada pelo JN, fonte daquela unidade hoteleira confirmou que o homem era ali funcionário na área da restauração, tendo cumprido normalmente, na sexta-feira, o seu dia de trabalho, antes de voltar para casa.
"Pessoa tranquila"
“Quando saía do hotel, ia beber um copo ao Bairro [Alto] e depois vinha para casa”, contam amigos de Pedro P., residente desde criança na Portela de Sacavém, uma urbanização com dezenas de prédios datada da década de 1970. “Era uma pessoa tranquila”, garantem, ainda em choque com o sucedido horas antes.
Igualmente residentes há mais de 40 anos naquele bairro, garantem que “sempre” ali houve assaltos, mas não com a violência do que presumivelmente tirou a vida ao amigo, no final de uma semana em que existiram na urbanização pelo menos mais duas tentativas de roubo (ler abaixo).
Este sábado à tarde, eram, ainda assim, muitos os moradores abordados que desconheciam o que sucedera, de madrugada, na Avenida das Descobertas. A maioria não conteve a surpresa ao ser informada do que o ocorrera.
Horas depois do homicídio, o ambiente na Portela de Sacavém era, de resto, pacato, com pessoas de todas as idades a aproveitarem a tarde soalheira na esplanada ou no jardim do bairro.
As diligências da PJ para identificar, localizar e deter o suspeito do homicídio, bem como para apurar as circunstâncias concretas do crime vão prosseguir.
Mulher refugiou-se dentro de prédio
O homicídio de Pedro P., presumivelmente durante um assalto, aconteceu no final de uma semana em que ocorreram pelo menos mais duas tentativas de roubo na Portela de Sacavém, segundo relatos, ao JN, de moradores naquela urbanização do concelho de Loures.
No início da semana, uma mulher refugiou-se, de madrugada, dentro de um prédio, ao aperceber-se de que estava a ser perseguida por um homem. A vítima estaria a regressar a casa do trabalho e o suspeito fugiu quando a PSP chegou ao local.
Já na quarta-feira, desconhecidos tentaram arrombar, também de madrugada e sem sucesso, a porta de um quiosque onde está instalado um restaurante, para se apropriar do dinheiro existente.
As tentativas de roubo aconteceram ambos perto do local onde, este sábado de madrugada, ocorreu o assalto mortal.