O Ministério Público (MP) de Beja deduziu acusação contra sete arguidos, seis homens e uma mulher, com idades compreendidas entre os 17 e os 38 anos, pela prática de 36 crimes de homicídio na forma tentada, ofensas à integridade física qualificada, coação, roubo e tráfico de estupefacientes.
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O inquérito correu termos na Comarca de Beja, no qual foram investigados vários jovens pela prática de crimes contra pessoas e o património na cidade de Beja, que ocorreram durante um ano, entre novembro de 2021 e o mesmo mês do ano passado, quando a Polícia de Segurança Pública de Beja (PSP) realizou diversas buscas domiciliárias e o cumprimento de vários mandados de detenção. O grupo não se eximia de agredir pessoas na rua para os roubar, invadir estabelecimentos para praticar furtos e obrigar jovens a vender estupefacientes, sempre sobre coação física.
Num dos furtos praticados no estacionamento comercial de um cidadão de origem indiana, os jovens levaram tabaco, cartões de telemóvel, dinheiro e bebidas no valor de 1884 euros, 300 dos quais notas que se encontravam no interior da caixa registadora.
Aquando da operação policial na manhã de 10 de novembro de 2022, a um dos detidos foi apreendido um maço de notas no valor de 1320 euros, acondicionadas no interior de um blusão desportivo.
Três dos arguidos estão em prisão preventiva e dois estão sujeitos a apresentações periódicas na PSP. Há um outro indivíduo, de 20 anos, que está em prisão preventiva desde o passado dia 7 de julho, no âmbito de outro processo, por uma tentativa de homicídio na forma tentada.
O menor, de 17 anos, tido como o líder do gangue, detido no Estabelecimento Prisional de Menores de Leiria, está acusado da autoria de 16 crimes, de diversos graus de punição: tentativa de homicídio qualificado na forma tentada, ofensa à integridade física qualificada, roubo agravado, roubo na forma tentada, furto qualificado, furto simples, danos simples e tráfico de estupefacientes. O arguido responde ainda por dois crimes de coação agravado e seis de ofensa à integridade física qualificada.
Para o julgamento, cuja data não está ainda agendada, a cujo processo foram apensados outros seis inquéritos, o MP arrolou 38 testemunhas de acusação, apesar de algumas delas terem desistido das queixas, por serem crimes públicos, não foi possível os mesmos serem arquivados e os queixosos dispensados de prestar declarações em tribunal.
Arguido em liberdade detido por tentativa de homicídio
Na madrugada do passado dia 1 de julho, o arguido de 20 anos a quem foram apreendidos 1320 euros em notas na manhã de 10 de novembro, envolveu-se numa discussão na via pública e esfaqueou um cidadão de 27 anos.
Segundo avançou na altura a Polícia Judiciária, “a agressão terá sido motivada pelo facto do grupo de jovens onde se inseria o suspeito “ter considerado que a vítima se trava de um elemento pertencente a um órgão policial”, tendo agredido a vítima com o recurso a uma arma branca.
O suspeito foi detido três dias depois e na manhã de 7 de julho foi colocado em prisão preventiva. A defesa deu entrada no Tribunal da Relação de Évora de um recurso penal, visando a alteração da medida de coação, para prisão domiciliária.