Dispositivo de monitorização estava a registar horas e quilómetros exigidos por lei em nome de instruendo que não se encontrava no carro. Mulher foi constituída arguida.
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Uma instrutora de uma escola de condução foi apanhada, em Grândola, a utilizar indevidamente o dispositivo que regista o número de horas e de quilómetros que cada candidato a condutor tem de cumprir antes de realizar o exame prático. O aparelho estava a registar estes dados para um aluno que não se encontrava no carro. A mulher, de 59 anos, foi constituída arguida.
A infração foi detetada na última quinta-feira, durante uma operação de fiscalização rodoviária, levada a cabo pela GNR de Setúbal. Nessa ação, os militares mandaram parar um carro de uma escola de condução, no qual seguiam a instrutora e uma instruenda, e constataram, refere a Guarda em comunicado, que " o dispositivo de monitorização [existente no veículo] estava a registar tempo e distância para um instruendo que não se encontrava no veículo".
O objetivo seria beneficiar outro aluno da mesma escola de condução, permitindo-lhe acumular as horas e quilómetros exigidas por lei sem que este se sentasse ao volante. "Cada instruendo, para ser submetido a exame prático, necessita de efetuar 32 horas de condução e percorrer 500 quilómetros", explica a GNR. Perante a descoberta da infração, "a instrutora foi constituída arguida e os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Grândola".
A GNR explica que as operações de fiscalização como a que foi realizada em Grândola "procuram prevenir e reprimir as irregularidades ocorridas no ensino da condução, procurando assim que os instruendos tenham o melhor ensino possível antes de serem submetidos a exame prático". Terminar com "fenómenos que colocam em causa a segurança rodoviária de todos aqueles que utilizam a via pública" é outro dos intuitos.