Homicida da Estela em prisão preventiva

À chegada ao tribunal, onde foi interrogado por um juiz de instrução, o indivíduo, de 44 anos, tinha à espera cerca de 200 pessoas. Os ânimos estiveram exaltados e muitos gritaram "assassino!". A PSP teve de criar um cordão de segurança.

Paulo Silva foi indiciado pelas mortes da ex-companheira, Sílvia Lima de 41 anos, dos pais dela, Domingos Lima, de 64 anos, e Maria de Fátima Gomes, de 66, e do ex-enteado, Renato Alves, de 23 anos.

"Os factos ocorreram na sequência de conflitos relacionados com a posse de terrenos e o recebimento das respetivas rendas, que se vinham arrastando há algum tempo, entre o detido e uma das suas vítimas [o pai da ex-companheira, Domingos Lima]", esclareceu, hoje, em comunicado a diretoria do Norte da PJ.

Ao que o JN apurou, o ex-sogro ter-lhe-ia emprestado dinheiro para a compra dos armazéns onde Paulo Silva instalou a empresa de montagem de tetos falsos (a "Paulo Silva & Lima", falida há uns anos). Agora, Domingos Lima exigia-lhe as rendas pela ocupação do espaço e as discussões e ameaças de Paulo Silva (que haviam motivado mesmo, há dias, uma queixa do ex-sogro na GNR) eram bem conhecidas na pequena freguesia da Póvoa de Varzim.

Ontem de manhã, Paulo Silva dirigiu-se ao café e residência dos ex-sogros, diz a PJ, "munido com duas armas de fogo" e, "ao longo do percurso pelo interior, foi disparando à queima roupa sobre as vítimas e à medida que com elas se deparava". Escapou apenas Joel Silva, de 16 anos, um dos dois filhos do ex-casal, que terá conseguido fugir e pedir socorro.

Consumado o crime, Paulo Silva ter-se-á posto em fuga. Acabaria detido, na sequência de um acidente de viação em Valença.

"No decurso das diligências efetuadas, foram apreendidas seis armas de fogo, duas das quais utilizadas no cometimento dos homicídios [uma 6.35 e um revolver .32], bem como centenas de munições", esclarece ainda a PJ.