A Polícia Judiciária (PJ) está, esta terça-feira de manhã, a realizar buscas na Câmara Municipal de Gaia e do Porto. Em causa estão suspeitas de crimes de corrupção e recebimento indevido de vantagem relacionados com a área do urbanismo. Já haverá sete detidos, incluindo o vice-presidente da Autarquia gaiense, Patrocínio Azevedo. Na Câmara do Porto, foi apreendido o telemóvel do vereador do Urbanismo, Pedro Baganha.
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As buscas, sabe o JN, estão a decorrer nas câmaras de Gaia e do Porto, e em outros locais, e envolvem 130 investigadores criminais da PJ. Entre os detidos estão o vice-presidente da Câmara de Gaia e outras seis pessoas, incluindo dois empresários da construção civil e um jurista. No total, revela a PJ em comunicado, há sete detidos, por envolvimento em negócios imobiliários que ascendem a 300 milhões de euros.
Fonte da Autarquia do Porto confirmou ao JN as buscas "na área do Urbanismo", não adiantando mais pormenores. Em causa, estarão a aprovação por funcionários da Câmara de Gaia e pelo decisor político de empreendimentos multimilionários apenas no concelho de Gaia, à margem da lei.
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Patrocínio Azevedo, também presidente da concelhia do PS de Gaia, é o responsável pelo Planeamento Urbanístico e Política de Solos, Licenciamento Urbanístico, Obras Municipais e Vias Municipais e tem a coordenação da atividade dos operadores de telecomunicações, rede elétrica e rede de gás natural.
Trata, ainda, da Gestão, conservação e construção de equipamentos e espaços públicos, é adjunto do presidente para a Mobilidade, Transportes públicos e Energia e representante da Autarquia na Gaiurb, empresa municipal responsável pelo Urbanismo, Habitação Social e Reabilitação Urbana de Gaia.
Apreendido telemóvel ao vereador do Urbanismo do Porto
Fonte da Câmara do Porto confirmou ao JN a realização das buscas da PJ no município e a apreensão dos telemóveis do vereador do urbanismo, Pedro Baganha, e de uma chefe de divisão do urbanismo. "Tudo o que sei é pela comunicação social", afirmou Pedro Baganha aos jornalistas, a caminho do gabinete onde trabalha, reiterando que se limitava, esta terça-feira, a cumprir a agenda, não tendo sido informado sobre a operação em curso.
O vereador da autarquia portuense nega que tenha sido constituído arguido. "A investigação diz respeito a uma empresa privada que tem vários projetos urbanísticos em várias autarquias, incluindo a do Porto e é nesse sentido que tem havido buscas na Câmara", afirmou à hora de almoço.
Câmara do Porto está "colaborante"
Em comunicado, a autarquia liderada por Rui Moreia garante que as buscas efetuadas não visam o município, mas sim "empresas privadas que têm processos urbanísticos a tramitar na Câmara Municipal do Porto, como em outras autarquias".
A autarquia confirma ainda que "dois telemóveis a ser analisados pela PJ", mostrando totdal disponibilidade para continuar a ser "colaborante com a investigação".