Relação reverteu decisão de Ivo Rosa e mandou antigo primeiro-ministro ser julgado por 22 crimes, incluindo corrupção. Alegados subornos envolvem TGV, Portugal Telecom e resort de Vale do Lobo. José Sócrates promete recorrer do acórdão.
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O Tribunal da Relação de Lisboa escudou-se ontem no “caminho do dinheiro” identificado na acusação para descartar a tese do juiz Ivo Rosa de que o ex-primeiro-ministro José Sócrates (2005-2011) foi corrompido pelo seu amigo Carlos Santos Silva, mas dando o crime como prescrito, e recuperar a versão do Ministério Público (MP) de que o empresário ajudou o antigo governante a esconder subornos de terceiros no valor total de 34 milhões de euros.
As juízas desembargadoras mandaram, assim, José Sócrates ser julgado por 22 crimes, incluindo três de corrupção, a par de Carlos Santos Silva, e antigas figuras da economia portuguesa, como o ex-banqueiro Ricardo Salgado, Zeinal Bava, antigo administrador da Portugal Telecom (PT), e Armando Vara, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos. José Sócrates, de 66 anos, já anunciou que vai recorrer da decisão, alegando que foram alterados, sem legitimidade, os crimes por que foi pronunciado .