Quase cinco anos depois, vai finalmente chegar a julgamento o processo que envolve um individuo, agora com 31 anos, que, em 24 de julho de 2021, agrediu dois operacionais, roubou e destruiu uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Portel.
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O Ministério Público (MP) do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Évora acusou Francisco Pires de Lima Oliveira, residente em Cascais, da prática de seis crimes: roubo agravado, ofensa à integridade física agravada, na forma consumada e tentada, condução perigosa de veículo rodoviário, dano e dano qualificado.
Segundo o despacho de acusação, a que o JN teve acesso, o arguido consumiu diversos produtos estupefacientes, nomeadamente MDMA, cocaína, canábis e anfetaminas, bem como bebidas alcoólicas, como cerveja e whisky.
No dia 24 de julho de 2021, o arguido era uma das três centenas de jovens que participavam numa festa ilegal que decorria no Monte das Taipas, freguesia de Vera Cruz, no concelho de Portel, quando alguém ligou ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) a solicitar uma ambulância, já que uma pessoa teria caído e apresentava suspeitas da fratura de um membro superior. O CODU acionou a ambulância do INEM sediado nos Bombeiros Voluntários de Portel (BVP).
Já em viagem e quando o tripulante assistia o doente, este tornou-se agressivo, sacou de um objeto cortante e atingiu o bombeiro na zona das costelas, o que levou a que o condutor tivesse parado a ambulância na entrada de Portel, na Estrada Municipal 520 (EM 520).
Ato contínuo, o “ferido” agrediu o condutor, entrou no habitáculo e fugiu com a viatura, que conduziu ao longo de 20 quilómetros, entrando na EM 119 em direção a Monte de Trigo (a norte de Portel), acabando por se despistar junto à Igreja de Nossa Senhora da Atalaia.
Depois de derrubar a vedação de uma exploração agrícola, a viatura percorreu cerca de 200 metros no terreno e danificou a viatura, que ficou inoperacional, causando um prejuízo de 49.694,29 euros.
Não satisfeito, Francisco Pires de Lima Oliveira encetou a fuga apeado, mas acabou por ser detido pela GNR. Presente a um juiz de instrução criminal, ficou em liberdade, com apresentações semanais no posto/esquadra da área da residência. O julgamento vai decorrer no Tribunal de Évora, respondendo o arguido perante um coletivo de juízes.