Tinham base na Galiza e atacaram pelo menos 11 moradias de luxo. Especialistas em cofres levaram joias, relógios e dinheiro.
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Três membros de uma organização mafiosa albanesa atravessaram a Europa para se instalarem na Galiza, a partir de onde planearam e realizaram assaltos a residências de luxo na região do Minho. Altamente organizados e metódicos, furtaram peças em ouro, joias, vestuário de prestigiadas marcas e ainda centenas de milhares de euros que as vítimas guardavam em cofres.
Ao todo, os assaltantes roubaram, pelo menos, meio milhão de euros. Mas uma investigação da GNR permitiu, em fevereiro, deter dois elementos do grupo, que estão em prisão preventiva e foram agora acusados pelo Ministério Público (MP) de crimes de associação criminosa, furto qualificado e falsificação de documento. O terceiro assaltante também foi identificado, mas está em fuga.
Entre outubro de 2021 e fevereiro deste ano, Artur Zisko, de 43 anos, e Edi Gjomar, 46, conseguiram assaltar, pelo menos, 11 residências de luxo. Em outros cinco casos, não conseguiram fazer os assaltos.
Ataques a partir de pontevedra
De acordo com o MP, os arguidos "viajaram da Albânia para Espanha com o propósito de praticar ilícitos contra o património na Zona Norte de Portugal, nomeadamente em residências localizadas nos concelhos de Braga, Esposende e Vila Nova de Famalicão".
Para se deslocarem entre a cidade galega de Pontevedra e os locais dos assaltos, os suspeitos usavam um Mercedes e um Audi de matrículas espanholas, que eram substituídas por portuguesas, falsas, quando passavam a fronteira.
Os alvos eram vivendas luxuosas, cujos donos estavam ausentes. O suspeito que está em parte incerta, Desard Marku, ficava no carro a vigiar, enquanto os outros entravam. Estes estroncavam portas ou janelas, privilegiando entradas sem sensores de alarme. A comunicação com Desard Marku era feita através de walkie-talkies.
A acusação garante que o grupo assaltou a primeira residência a 8 de outubro de 2021. A casa, na freguesia de Gondizalves, foi esvaziada de todos os bens de valor facilmente transportáveis. Anéis, brincos, colares e dinheiro, tudo num valor de 13 mil euros. Da pilhagem nada foi recuperado pela GNR aquando da detenção dos indivíduos e nas buscas na sua residência em Pontevedra.
O maior assalto imputado ao grupo foi perpetrado numa residência do condomínio de luxo "Quinta da Barca", em Esposende, a 20 de dezembro último. Levaram um cofre com 26 mil euros e vários relógios de marcas caras, como Rolex, Omega, Breitling ou Hublot. Também se apropriaram de diamantes e peças em ouro. O cofre, vazio, foi encontrado, dias depois, num monte de Barcelos.
Outro assalto muito lucrativo aconteceu nas vésperas da detenção, em Aveleda, Braga. Da casa da vítima levaram um cofre com 100 mil euros, relógios e joias. Deste furto, foram recuperados o cofre, assim como caixas de relógios e certificados de autenticidade dos mesmos.
A dupla foi detida por investigadores da GNR, em Vila Nova de Cerveira, com ferramentas usadas nos assaltos.
Bens para Albânia
Os suspeitos terão enviado os bens furtados. para a Albânia, onde estão os líderes da sua organização. Quando detidos, não tinham consigo joias, ouro e relógios furtados.
Fuga em carro da GNR
O trio foi abordado pela GNR em Cerveira e um deles conseguiu fugir num carro da Guarda descaracterizado, que seria recuperado na Galiza.
Esconderijo na mata
O grupo escondia numa mata de Cerveira as ferramentas para abrir cofres, os telemóveis e os walkie-talkies.