Provedora da Justiça declarou que Eduardo Cabrita prometera abrir espaço ainda em 2018.
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O Ministério da Administração Interna (MAI) admitiu, na terça-feira, atrasos na construção de um centro de acolhimento temporário em Almoçageme, mas garantiu ser alheio aos mesmos. Nessa manhã, a Provedora de Justiça tinha revelado no Parlamento que, na primavera de 2018, o ministro Eduardo Cabrita afirmara que o espaço para alojar cidadãos requerentes de asilo e de proteção internacional estaria pronto "meses depois", mas que ainda não abrira.
O MAI veio esclarecer que o novo espaço continua a ser "essencial" e uma "prioridade" mas que sofreu alguns contratempos, aos quais é alheio. A nota elenca suspensões de obra, ações judiciais apresentadas pelo empreiteiro contra o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) visando a resolução do contrato e a necessidade de celebrar um acordo extrajudicial para que a obra prosseguisse.
Face aos atrasos, o SEF teve de desistir da candidatura ao financiamento através do Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração e devolveu mais de 580 mil euros que já tinha recebido em adiantamento.
Apesar destes percalços, o MAI frisa que mantém a intenção de construir a infraestrutura para acolher estrangeiros requerentes de asilo e proteção. Assim, no Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária do Aeroporto de Lisboa só ficarão estrangeiros a quem a entrada foi recusada e aguardam voo de regresso, tal como aqueles a quem foi decretada expulsão de território nacional.