Mais de uma semana depois de, a 24 de janeiro, o então presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, e dois empresários terem sido detidos, ainda há provas a serem entregues no tribunal onde desde ontem, quarta-feira, decorrem os interrogatórios dos arguidos, em Lisboa.
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A circunstância, apurou o JN, gerou esta quinta-feira alguma tensão no Tribunal Central de Instrução Criminal durante o interrogatório do empresário Custódio Correia, uma vez que as provas contra os arguidos indicadas pelo Ministério Público já deveriam estar todas à disposição da defesa aquando do início daquela diligência. Perante um impasse naquele interrogatório, os advogados dos restantes arguidos acabaram por ser chamados ao tribunal durante a tarde, com urgência, por uma colega.
A questão foi, entretanto, resolvida e, pelas 17.30 horas desta quinta-feira, prosseguia, à porta fechada, o interrogatório de Custódio Correia, iniciado ao final do dia de quarta-feira.
Amanhã, sexta-feira, deverá ser ouvido o empresário Avelino Farinha e, no dia seguinte, Pedro Calado (PSD). No domingo, não haverá, à partida, sessão e, por isso, só na próxima semana é que deverão ser conhecidas as medidas de coação aplicadas pelo juiz Jorge Bernardes de Melo aos três arguidos. Estes irão permanecer, até lá, detidos, passando pelo menos, ao que tudo indica, 12 noites na prisão sem a sua situação jurídica definida.
Em causa estão em geral, segundo a Polícia Judiciária, suspeitas de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevida de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência em diversos empreendimentos na Madeira.