PJ e GNR fizeram 146 detenções, mais 40% do que em 2021. Mais ignições, mais meios e investigação e melhor comunicação.
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O número de incendiários detidos este ano já supera o número total de detenções registadas por este crime no ano passado. Até 9 de setembro, a Polícia Judiciária (PJ) e a GNR detiveram 146 suspeitos. Na totalidade do ano passado, haviam sido 104. Também este ano, a GNR já passou quase dois mil autos de contraordenação por desrespeito das regras preventivas contra os incêndios.
Fonte da PJ afirma ao JN que há vários motivos para este aumento de 40% de detenções de incendiários quando ainda falta cumprir um terço do ano. "Explica-se com o maior número de detenções em flagrante delito por parte da GNR, fruto do empenhamento de mais meios e de mais vigilância. Mas também com uma maior fluidez na comunicação entre os vários intervenientes no combate a este tipo de criminalidade".
A mesma fonte salienta o aumento de detenções fora de flagrante delito, "decorrentes de investigações, por parte da Polícia Judiciária, sozinha ou em colaboração com outras forças de segurança". Este ano, já houve 76 detidos contra 54 em todo o ano passado, precisou.
Finalmente, "há outra realidade incontornável que afeta esta dinâmica : o aumento do número de ignições". Segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), de 1 de janeiro até 10 de setembro foram registados 9965 incêndios. Em 2021, este número tinha sido de 8223.
Mais de metade sem liberdade
Por outro lado, as detenções realizadas têm estado a ter consequências mais graves para os arguidos. "Em 60% dos casos, foram decretadas medidas privativas da liberdade, como a prisão preventiva ou obrigatoriedade de permanência na habitação, bem como de internamento compulsivo", revela a mesma fonte da PJ.
Refira-se que a pena para o crime de incêndio florestal, em caso de negligência, pode ir até aos três anos de prisão. Caso o crime tenha sido motivado para obter benefício económico ou do incêndio resultar perigo para a vida ou bens patrimoniais de valor elevado e deixar alguém em situação económica difícil, a pena pode ir até aos 12 anos de prisão.
Quase duas mil multas
Desde o início do ano e até 4 de setembro, a GNR instaurou 1886 autos de contraordenação a entidade públicas e privadas no âmbito da campanha Floresta Segura. As principais infrações são a falta de limpeza de faixas de segurança (883 autos) e a falta de limpeza junto de aglomerados populacionais (375 autos).
Seguem-se o desrespeito dos critérios de gestão de combustível em redes secundárias (148), falta de limpeza de rede viária, ferroviária ou de transporte de energia (137), utilização de maquinaria e equipamento (128), realização de queimadas (105), realização de queimas e fogueiras diversas (84) e outros motivos (26).