Os bombeiros de Bragança foram acionados, esta terça-feira, pelas 8 horas, para um incêndio numa habitação na aldeia de Donai e no interior da casa depararam-se com dois cadáveres.
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Os bombeiros de Bragança foram acionados esta manhã de terça-feira, pelas 8 horas, para um incêndio numa casa na aldeia de Donai, deparando-se, no interior da habitação, com dois corpos de homens, com indícios de violência. Segundo apurou o JN, o cadáver do filho estava no quarto e apresentava um golpe no pescoço, e o do pai estava junto à porta da entrada, com um ferimento nas costas.
Segundo fonte dos bombeiros, tudo indica que a vítima sejam o filho e o marido de Olga Pires, a antiga auxiliar de educação que terá sido assassinada com violência, naquela habitação, na noite de 9 de julho. A Polícia Judiciária (PJ) tinha a investigação do caso em aberto e ainda não havia feito qualquer detenção.
O comandante dos Bombeiros de Bragança, Carlos Martins, indicou que os corpos das duas vítimas, que se presume serem José e Carlos Pires, respetivamente o marido e o filho de Olga, apresentavam golpes, "aparentemente feitos por um objeto perfurante".
Inspetores da Polícia Judiciária de Vila Real estão no local a realizar perícias.
Homicídio de Olga há dez dias
Presume-se que as mortes desta terça-feira estejam relacionadas com o homicídio de 9 de julho. Nessa noite, pelas 22.40 horas, os bombeiros foram acionados para uma agressão numa habitação localizada num bairro da freguesia de Donai. Ao chegarem à casa, encontraram a mulher de 65 anos em paragem cardiorrespiratória, apresentando vários cortes no abdómen e no tórax provocados por um objeto contundente.
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No local estava ainda o marido, José Pires, 67 anos, com ferimentos no rosto e no tórax, que contou que haviam sido atacados por um familiar. O homem foi internado no Hospital de Bragança, mas já tinha tido alta. Foi José quem saiu à rua a pedir socorro e alertou os vizinhos, que ligaram para o 112.
De acordo com informações recolhidas pelo JN naquele dia, a investigação da Polícia Judiciária da Vila Real ainda não tinha revelado qualquer suspeito. Porém, existiam fortes indícios de que os crimes de homicídio e de tentativa de homicídio tivessem sido cometidos por um familiar.
Na aldeia, os habitantes contam que havia conflitos com familiares próximos, nomeadamente um filho do casal, que tinha um passado ligado ao consumo de droga e tinha estado duas vezes preso, em Espanha e no Estabelecimento Prisional de Izeda, em Bragança. A mãe daria dinheiro ao filho e o marido não concordava, o que era um ponto de conflito entre o casal. Ainda segundo os moradores, também havia problemas de alcoolismo na família.
O filho garantiu ao JN que, na noite da morte da mãe, se encontrava fora de Bragança. "Cheguei de autocarro de manhã seguinte e tinha à minha espera a Polícia. Eu não sabia de nada", referiu Carlos Pires.