A PJ deteve oito pessoas e realizou mais de 40 buscas numa megaoperação contra um esquema de corrupção na emissão de licenças para motoristas de veículos descaracterizados.
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A PJ explica que da "rede criminosa agora desmantelada" fazem parte "diversos responsáveis de Escolas de Condução e de Centros de Formação homologados pela Entidade Pública competente, dois médicos, um advogado, um funcionário de Organismo Público e angariadores".
As oito pessoas detidas são "suspeitas da autoria dos crimes de associação criminosa, corrupção passiva para ato ilícito, corrupção ativa para ato ilícito, falsidade informática, violação de segredo por funcionário e atestado (médico) falso, relacionados com a obtenção forjada de certificações e formações obrigatórias, destinadas a motoristas de veículos descaracterizados de transporte de passageiros, a partir de plataformas eletrónicas", informa a PJ em comunicado.
A operação "Caixa de Pandora" mobilizou cerca 140 elementos da PJ e dez magistrados Judiciais e do Ministério Público, tendo sido realizadas mais de 40 buscas, domiciliárias e não domiciliárias na zona de Lisboa, Lourinhã, Loures, Pinhal Novo, Óbidos, Santarém, Torres Vedras, Amadora, Peniche, Sintra, Almada e Cascais.
Os oito detidos suspeitos de "promover a obtenção fraudulenta, através de formações fictícias" de certificados de aptidão para motoristas de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados e de transporte coletivo de crianças; de atestados médicos falsos e de avaliações psicológicas e certificados psicotécnicos forjados.
Esta atividade era "geradora de avultados lucros", sublinha a PJ.
Os detidos serão presentes a juiz na quarta-feira para primeiro interrogatório judicial, para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.
A PJ adianta que "a investigação prosseguirá com vista à cabal identificação de todos os elementos comparticipantes desta rede".