Miguel Albuquerque suspeito de dar 153 milhões em obras a empresários amigos
Polícia Judiciária e Ministério Público acreditam que presidente e vice do Governo Regional favoreceram Construtora do Tâmega e Grupo AFA
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As relações de promiscuidade entre o presidente do Governo Regional da Madeira e do ex-vice Pedro Calado com duas empresas de construção civil que ganharam, nos últimos anos, dezenas de milhões de euros em concursos públicos, vão ser passadas a pente fino pela investigação. Uma empresa gerida por um ex-sócio de Miguel Albuquerque recebeu, entre 2015 e 2020, cerca de 58 milhões de euros em contratos públicos do Governo Regional ou das secretarias regionais. Para a Afavias, foram 95 milhões de euros.
Segundo apurou o JN, o inquérito que visa Miguel Albuquerque nasceu de uma denúncia anónima que apontava ligações promíscuas na venda da Quinta do Arco e a concessão da Zona Franca da Madeira, por ajuste direto, ao Grupo Pestana. A Judiciária e o Ministério Público tentam apurar se a venda daquela quinta a um fundo - um negócio privado de Miguel Albuquerque e da sua mulher, feito por 3,5 milhões de euros - se relaciona com a concessão da administração e exploração da Zona Franca da Madeira à SDM - Sociedade de Desenvolvimento da Madeira, S.A.