Milhares de elementos da GNR e da PSP concentraram-se, esta tarde, à civil, em frente à sede do Comando Geral da Guarda, em Lisboa, em protesto por melhores condições laborais e um suplemento de missão idêntico ao atribuído à Polícia Judiciária (PJ). Grupo segue para o Parlamento.
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Os polícias e militares preenchiam as ruas de acesso ao Largo do Carmo, pequeno para a multidão que se juntou no centro da capital. O desfile em direção à Assembleia da República arrancou pelas 18.15 horas e, embora a organização pretendesse que o protesto fosse silencioso, são muitos os apitos que se fazem ouvir.
Antes, pelas 17.40 horas, os profissionais tinham entoado o hino nacional e o ambiente era de confraternização, enquanto se aguardava a chegada de mais manifestantes. Muitos deslocaram-se em dezenas de autocarros até Lisboa.
A expectativa da plataforma que une 11 sindicatos da GNR e da PSP, organizadora do protesto, é que se juntem pelo menos seis mil a sete polícias e militares, a par de um número reduzido de guardas prisionais.
O número terá sido plenamento atingido, mas para um polícia colocado no distrito de Setúbal o protesto é, ainda assim, "tardio e escasso".
Em funções há mais de duas décadas, recorda uma altura em que o ordenado de um agente era "superior" ao salário mínimo nacional, ao qual está "agora praticamente equiparado". A atribuição exclusiva de um suplemento de missão à PJ, que se traduziu em aumentos mensais de centenas de euros brutos, e não às restantes forças de segurança foi a "última gota de água".
"Fomos deixados de parte pelo nosso Governo", desabafa, ao JN, sob anonimato, por não estar autorizado pela hierarquia a prestar declarações.
Com a manifestação, encabeçada por uma faixa na qual se lê "polícias unidos", a encher a Calçada do Combro, o ambiente era, pelas 19 horas, sobretudo de tranquilidade, apesar de vaias ocasionais.
"Não vamos esquecer que continuamos a ser polícias. E mesmo que o Governo não faça nada, o nosso profissionalismo vai manter-se", afirma o mesmo elemento da PSP.
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, já remeteu para o próximo Governo uma eventual resposta às reivindicações de polícias e militares. A PJ é tutelada pelo Ministério da Justiça.
A cabeça da manifestação chegou pelas 19.25 horas à Assembleia da República, onde era aguardada por outras centenas de polícias e militares em protesto.