Militares da GNR rejeitam subsídio de missão que se traduz em aumento mínimo de 150 euros
O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira, considerou, esta quarta-feira, que a nova proposta do Governo para atribuição de um suplemento de missão "continua" a ser "ridícula" e não poderá ser aceite pelos militares. Há uma nova reunião agendada para 22 de maio.
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A proposta prevê, na prática, e graças a uma salvaguarda para que ninguém perca salário, aumentos mínimos mensais brutos de 150 euros, mas tal fica aquém do exigido pela APG, entre outras estruturas sindicais da GNR.
"Não vamos aceitar nunca abaixo daquilo que foi o aumento efetivo da Polícia Judiciária [PJ] - cerca de 548 euros. Não vamos aceitar aumentos abaixo disso e já estamos a falar da nossa melhor proposta de negociação", afirmou, à saída do Ministério da Administração Interna, o presidente da APG, a associação mais representativa dos militares da GNR.
Inicialmente, as estruturas chegaram a exigir um subsídio de missão, que incorpora a componente de risco, de 1026 euros, igual ao montante auferido, desde o final de 2023, pelos inspetores da PJ, tutelada pelo Ministério da Justiça.
César Nogueira salientou, ainda, que a salvaguarda de 150 euros proposta pelo Governo iria "diluir-se" no caso de existir uma promoção na carreira.
Governo melhorou proposta
No centro da divergência está o facto de a proposta do Governo prever que o futuro suplemento de missão substitua o atual subsídio de serviço e risco, composto por 100 euros fixos e 20% da remuneração base bruta. Tal implica que, sem a eventual salvaguarda agora introduzida nas negociações, alguns militares ficariam a ganhar menos do que hoje.
Esta quarta-feira, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, propôs que o suplemento de missão a conceder na PSP e na GNR varie, consoante a categoria profissional, entre 521 e 730 euros mensais brutos. A 2 de maio, o intervalo apresentado ia de 365 a 626 euros.
"É um aumento ainda insignificativo para aquilo que são as pretensões e a Justiça para os profissionais", reagiu César Nogueira.
A ronda de negociações, nas quais tem estado também presente a secretária de Estado da Administração Interna, Marisa Garrido, prossegue esta quarta-feira com uma reunião com as estruturas sindicais da PSP.