A ministra da Justiça rejeitou, esta terça-feira, as acusações do Sindicato dos Técnicos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (SinDGRSP), que denunciou a ocorrência de agressões na semana passada num centro educativo, no Porto, durante a greve daqueles profissionais.
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Segundo disse à Lusa na sexta-feira o presidente do SinDGRSP, Miguel Gonçalves, registaram-se agressões no centro educativo de Santo António, no Porto, durante a greve de três dias dos técnicos dos serviços prisionais, na semana passada, devido ao alegado incumprimento dos serviços mínimos.
O dirigente do sindicato acusou ainda a direção-geral de ter recorrido a vigilantes externos de empresas de segurança para substituírem os trabalhadores em greve.
Hoje, questionada pelos jornalistas, durante uma visita de dois dias à Madeira, a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, referiu apenas: "A direção-geral já respondeu a isso e de facto não foi assim".
"Mas aquilo que eu gostava de dizer relativamente aos técnicos superiores e aos técnicos profissionais é que são peças chave na reinserção e são peças chave no sistema de Justiça", acrescentou a governante, assegurando que a tutela está neste momento "a olhar para a realidade e a ver quantos técnicos" são necessários e como funcionam as suas carreiras.
"E com base nesse estudo, que começámos a fazer para a Polícia Judiciária e já com resultados concretos, ver quais são as necessidades e de facto reforçar o número de técnicos", notou.
Os técnicos da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) estiveram em greve entre quarta-feira e sexta-feira, em protesto contra a falta de revisão das carreiras, ausência de abertura de concursos de promoção e escassez de recursos humanos.
"A DGRSP mandou uma ordem interna para que não se cumprissem os serviços mínimos. É só um trabalhador para as funções todas... Há elementos vigilantes das empresas de segurança a substituírem os trabalhadores e, fruto desse incumprimento, temos os jovens espancados devido a um conflito grave. Temos trabalhadores insultados e vamos participar isto às autoridades", indicou o presidente do sindicato na sexta-feira.
Já no primeiro dia de paragem, o Miguel Gonçalves tinha dito que nos centros educativos tudo decorreu "como num dia normal, como se não houvesse greve", uma vez que, denunciou, houve orientações dos serviços centrais para que tal acontecesse.
Questionada pela Lusa na altura, a DGRSP assegurou que "a única ocorrência disciplinar" no centro educativo de Santo António teve lugar na tarde de quarta-feira, envolvendo dois jovens internados e afirmou que deu já origem aos respetivos processos disciplinares.
"Este problema disciplinar, insuscetível de poder ser associado à greve dos técnicos de reinserção social, foi imediatamente solucionado e dele não resultaram ferimentos em nenhum dos jovens intervenientes", indicou a DGRSP, reforçando: "A ordem, a disciplina e a segurança nos Centros Educativos não está, nem nunca esteve, em causa".