O roncar dos motores de dezenas de motos marcou os funerais das duas vítimas mortais do atropelamento por vingança, no passado sábado, em Rebordosa, Paredes.
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Foram centenas os familiares, amigos e companheiros motards que prestaram, ontem, a última homenagem a Pedro Leal ("Espanhol"), de 36 anos, e José Nogueira, de 30 anos, nos cemitérios de Gandra e de Rebordosa, no concelho de Paredes.
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Organizados pelo Moto Clube de Rebordosa, os motards acompanharam os corpos em cortejo até aos respetivos cemitérios e carregaram as urnas. O ambiente era de comoção e tristeza pela tragédia que atingiu duas pessoas estimadas naquelas comunidades. Muitos dos que foram aos funerais conheciam bem quer as vítimas quer o condutor que lhes roubou a vida. "Isto foi uma desgraça", comentavam alguns. "Se não tinha intenção de matar, tinha intenção de quê?", questionavam outros.
Fúria homicida
Tudo aconteceu no sábado, durante a festa da matança do porco realizada pelo Moto Clube de Rebordosa. José Pinto, o emigrante que se encontra detido, terá agido por vingança depois de ser expulso da iniciativa por estar a causar distúrbios. Em fúria e alcoolizado, o emigrante, que também é de Rebordosa, terá saído do evento a dizer "vou varrer aquilo tudo", pegou no carro com o filho de 13 anos no interior lançou-se sobre a multidão.
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Acabou por se entregar na GNR de Lordelo e o teste de alcoolemia demonstrou que tinha uma taxa superior a dois gramas de álcool por litro de sangue.
Presente a tribunal, José Pinto alegou não ter tido a intenção de matar e que apenas quis fugir da multidão, mas ficou em prisão preventiva, indiciado por crimes de homicídio e condução perigosa e sob o efeito de álcool. Como avançou o JN, o carro de matrícula inglesa que usou não tinha o seguro em dia.