Pedro Dias disparou sobre GNR após ter ouvido alerta por rádio destinado aos militares de que andava armado.
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Sem saber que Pedro João Dias, de 44 anos, tinha acabado de cometer um banho de sangue em Aguiar da Beira, a ex-companheira do homem mais procurado do país emprestou-lhe uma pick-up, em Algodres, com a qual fugiu para a serra da Freita, abandonando-a posteriormente no mesmo local, onde a GNR o procurou durante dois dias.
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Sabe-se agora que o suspeito baleou os GNR, terça-feira de madrugada, quando estava apenas a ser fiscalizado. Intercetado, os militares pediram informações à central-rádio e ouviram o guarda responder: "Cuidado que este indivíduo anda armado". Ali, sem poder tocar nas suas armas, o guarda Carlos Caetano, de 29 anos, foi morto a tiro e o colega, António Ferreira, de 41, algemado (mais tarde foi baleado no pescoço). Depois, o suspeito foi com eles para a EN229 e fez um carjacking a um casal, que baleou: Luís Pinto morreu e a mulher, Liliane, ficou às portas da morte.
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A seguir, de acordo com informações recolhidas pelo JN, a antiga companheira, professora em Sátão e residente na aldeia de Algodres, recebeu uma chamada telefónica de Pedro João Dias a pedir-lhe emprestada outra pick-up da mesma marca, mas preta, nunca lhe dizendo que acabara de cometer os crimes.
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Foi pelo menos esta a versão que a professora relatou à Polícia Judiciária durante o interrogatório a que foi sujeita terça-feira, ao final do dia, e no qual os investigadores parecem ter confiado. Despistada a condição de eventual cúmplice, a mulher explicou que tinha terminado a relação com o fugitivo há cerca de dois anos, farta da sua instabilidade emocional, das suas infidelidades e das dívidas que entretanto tinha acumulado. Contudo, enquanto estiveram juntos geriram uma exploração agrícola num terreno que lhe pertencia e adquiriram as duas carrinhas pick-up.
Cobriu GNR com vegetação
Desfeito o namoro e a sociedade, as carrinhas ficaram em nome da antiga companheira, facto que obrigou o GNR Carlos Caetano a pedir informações sobre a sua propriedade e a identidade do condutor, durante a fiscalização. Foi-lhes respondido via rádio: "Cuidado que este indivíduo anda armado". Palavras que Pedro Dias conseguiu ouvir e que o levaram a disparar, sem que nada o fizesse prever.
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Com a caçadeira, obrigou António Ferreira a entrar no carro da GNR, onde, na mala, foi colocado o cadáver de Carlos Caetano. Conduziu até um local ermo, onde disparou contra o outro militar. Estava convencido da sua morte e cobriu-o com vegetação. A seguir, foi fazer o carjacking ao casal de Trancoso e fugiu até à serra da Freita, com a pick-up emprestada pela ex--companheira, onde baleou outro GNR.
Na Freita, durante dois dias, a GNR envolveu 200 homens para o capturar. Ontem, cerca das 19 horas, abandonou as buscas, mas manteve militares na zona. Mudou-se de estratégia na caça ao homem, que anda armado e é tido como muito perigoso.