"Não roubei nada a ninguém": Miguel Albuquerque vai pedir levantamento de imunidade
O líder do Governo Regional da Madeira voltou a defender, esta quinta-feira, que está de consciência totalmente tranquila e que não se vai demitir do cargo na sequência das buscas ao seu Executivo e à Câmara Municipal do Funchal.
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"Estamos dispostos a colaborar com a Justiça", garantiu, em declarações aos jornalistas. "Tenho o direito de me defender e vou fazê-lo. Vamos esclarecer tudo o que é preciso esclarecer. Não sou culpado nem fui condenado, não roubei nada a ninguém", frisou, confirmando que vai pedir o levantamento da imunidade para que o caso possa ser esclarecido.
Segundo avançou esta quinta-feira o JN, o inquérito que visa Miguel Albuquerque nasceu de uma denúncia anónima que apontava ligações promiscuas na venda da Quinta do Arco e a concessão da Zona Franca da Madeira, por ajuste direto, ao Grupo Pestana. A Judiciária e o Ministério Público tentam apurar se a venda daquela quinta a um fundo – um negócio privado de Miguel Albuquerque e da sua mulher, feito por 3,5 milhões de euros - se relaciona com a concessão da administração e exploração da Zona Franca da Madeira à SDM – Sociedade de Desenvolvimento da Madeira, S.A.
José Francisco Fonseca, vice-presidente da Construtora do Tâmega Madeira SA, comprou uma participação social na empresa Andrade de Albuquerque, que era detida pelo atual presidente do Governo Regional e pela sua mulher. Essa empresa foi entretanto alienada, mas a Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ e o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) fizeram as contas às adjudicações que o Governo Regional deu à Construtora do Tâmega Madeira, entre 2015 e 2020. Foram 58 milhões de euros que foram celebrados pela vice-presidência do Governo Regional, então liderada por Pedro Calado (detido na operação) e a sociedade que tem como administrador José Francisco Fonseca, que comprou as participações de Miguel Albuquerque na empresa Andrade de Albuquerque, lda.
O Ministério Público tem suspeitas sobre esses contratos milionários e mandou realizar buscas no Governo Regional, nas empresas e na casa de Miguel Albuquerque, entretanto constituído arguido.