Elemento da Juve Leo foi atacado com marteladas na cabeça e facadas depois de espera, no Estoril. Agressores também apedrejaram autocarro do Benfica e agrediram adeptos de outros clubes.
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Trinta e sete elementos da claque benfiquista "No Name Boys" foram acusados de 261 crimes pelo Ministério Público de Lisboa. Entre os vários atos imputados destacam-se o apedrejamento ao próprio autocarro do Benfica, que feriu dois atletas, vários roubos, agressões e até uma tentativa de homicídio de um adepto rival.
A morte do elemento da Juve Leo, de 32 anos, não se aconteceu graças à intervenção de um polícia fora de serviço, mas a violenta agressão de que aquele foi alvo, com contornos sádicos, havia sido cuidadosamente planeada.
Na origem de tudo esteve uma luta corpo a corpo ocorrida algumas semanas antes. O adepto leonino havia vencido um membro dos No Name (NN) e os colegas queriam vingança. Descobriram onde morava o sportinguista e, a 27 de maio de 2020, vários elementos dos "Casuals", um subgrupo violento dos NN, montaram-lhe uma espera, em S. João do Estoril. Tinham navalhas, bastões extensíveis e martelos.
Ao final da tarde, viram o alvo e correram na sua direção. Ele ainda tentou fugir, mas não conseguiu. Um dos elementos deu-lhe uma martelada na cabeça que o projetou por terra, inanimado. Com a vítima prostrada no chão, um dos agressores deu-lhe inúmeras marteladas na cabeça, outros pontapearam-na por todo o corpo. Viria ainda a ser esfaqueada três vezes, com uma navalha: no braço, na perna e no tórax. Ficou com o pulmão esquerdo furado.
Torceu dedo e partiu-o
Em determinado momento, um dos arguidos segurou-lhe no indicador direito e torceu-o para trás, partindo-o. Enquanto decorriam as agressões, gritavam: "Vais morrer, filho da puta! Benfica!" e "No Name! No Name!".
Temendo pela vida, a vítima reuniu as últimas forças, levantou-se e, combalida, tentou fugir. Um dos agressores atirou-lhe um martelo mas não lhe acertou. Uns metros mais à frente, os arguidos conseguiram apanhá-lo. Preparavam-se para retomar as agressões quando um polícia fora de serviço que por ali passava se apercebeu da situação e se identificou. Os agressores puseram-se em fuga.
O adepto leonino foi hospitalizado e sujeito a duas intervenções cirúrgicas. Sofreu múltiplas feridas no hemotórax e no crânio, uma fratura do dedo, escoriações várias e outras feridas no braço e dorso.
Para o Ministério Público, os arguidos agiram com a intenção de agredir a vítima, atingindo órgãos vitais, mesmo sabendo que podia matar o ofendido, o que só não ocorreu por razões alheias à sua vontade. Vão agora ter de responder, em tribunal, por este e por mais 260 crimes que lhes foram imputados.