O novo diretor nacional da PSP, Luís Carrilho, garantiu, esta sexta-feira, que o reforço do "sentimento de segurança" de residentes e turistas e o incremento do "policiamento de proximidade em toda a área de responsabilidade" da força de segurança são dois dos "vetores" em que pretende apostar.
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"Num mundo em constante mutação e onde uma das faces mais visíveis do Estado é a Polícia, temos de ser cada vez mais próximos do cidadão", afirmou ao tomar posse, em Lisboa, o até agora comandante da Unidade Especial da Polícia, destacando que a instituição tem de contribuir "para que a vida a sociedade, a segurança das pessoas (individual e coletivamente) sejam sempre preservadas e respeitadas".
Para que tal seja alcançado, são seis os "vetores estratégicos" em que o superintendente pretende apostar: o reforço do "sentimento de segurança" de quem vive em Portugal e visita o país; o incremento do "policiamento de proximidade em toda a área da responsabilidade da PSP"; a "formação inicial e contínua dentro da instituição"; a promoção da "coesão interna", a intensificação da "cooperação nacional e internacional" da força de segurança e a valorização socioprofissional de "todas as pessoas" que nela trabalham.
"É crucial lembrar que os nossos polícias são a espinha dorsal da nossa instituição. Enfrentam desafios diários, muitas vezes colocando as suas vidas em risco para garantir a segurança de todos. Por isso, é nossa responsabilidade garantir que tenham as condições necessárias para desempenhar as suas funções com eficácia, eficiência e segurança", frisou Luís Carrilho.
Tal passará, precisou o novo diretor nacional da PSP, por "trabalhar" quer por "melhores condições socioprofissionais e financeiras", quer por "assegurar o equipamento adequado".
Montenegro deixa recado
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, concordou que é necessário "dar atratividade" e "valorizar" as carreiras dos profissionais da instituição, mas, numa altura em que decorrem negociações entre as estruturas sindicais e a tutela sobre a atribuição de um suplemento de missão na PSP, ressalvou que tal terá de ser feito num "contexto difícil".
"Não vale a pena alimentar a opinião pública com cenários irrealistas", alertou, sustentando que há "centenas de milhares de prestadores de serviço público de várias áreas" a quem é preciso dar resposta e que "qualquer alteração provoca uma mexida muito substancial [...] nas contas e na gestão orçamental".
O chefe do Executivo aproveitou, de resto, a ocasião para deixar um recado aos sindicatos e associações profissionais, que já ameaçaram abandonar as negociações em curso caso o Governo mantenha a proposta para o suplemento de missão apresentada a 2 de maio pelo Ministério da Administração Interna, liderado por Margarida Blasco.
"Todos temos de nos corresponsabilizar com as nossas ações. Temos todos de saber que estamos sempre investidos nas nossas funções. [...] No Governo, somos governantes a todo o tempo, e os agentes das forças de segurança também são agentes das forças de segurança a todo o tempo, estejam eles em funções na rua, estejam eles em funções associativas, sindicais, à mesa das negociações", avisou o primeiro-ministro.
Luís Montenegro disse, ainda assim, que o Executivo tem "a intenção muito firme de a breve prazo" de dar, "com sentido de responsabilidade", "boa sequência às negociações" em curso.
Ex-diretor nacional à civil
A cerimónia de tomada de posse decorreu quatro dias depois de a ministra da Administração Interna da ter indigitado Luís Carrilho como diretor nacional da PSP. O superintendente sucede a José Barros Correia, que tinha tomado posse em setembro de 2023 e, após ser demitido por Margarida Blasco, anunciou que iria passar à situação de pré-aposentação.
Esta sexta-feira, o superintendente-chefe assistiu à civil à tomada de posse do seu sucessor, no Ministério da Administração Interna, em Lisboa.
"É com profundo respeito e reconhecimento que desejo expressar os meus mais sinceros agradecimentos pelo seu notável legado e contribuições como diretor nacional da Polícia de Segurança Pública, agradecimentos e reconhecimento que estendo a todos os oficiais que constituíram a sua direção", afirmou Luís Carrilho, dirigindo-se diretamente a José Barros Correia. No final, cumprimentaram-se com um abraço.
Luís Montenegro expressou igualmente o seu "reconhecimento e gratidão" ao diretor nacional cessante pelo "trabalho que desenvolveu" de "dignificação dos valores da segurança e dos valores da Polícia de Segurança Pública".