
Paulo Correia tinha 23 anos
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Defesa de francês Anas Kataya trouxe médicas legistas que garantiram em julgamento que Paulo Correia tinha aneurisma e morreu de morte natural.
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Um parecer, assinado por duas médicas legistas do Algarve, garante que Paulo Correia, o estudante que morreu na noite do Porto em outubro do ano passado, faleceu de morte natural. O entendimento destas duas clínicas vem contrariar o relatório de autópsia, elaborado pelo Instituto de Medicina Legal (INML) do Porto e que levou a acusar o jovem estudante francês, Anas Kataya, atualmente em prisão preventiva, de homicídio. Este arguido e outro estudante acusado de ofensas conhecem a sentença no próximo dia 17.
Segundo o Ministério Público (MP), na madrugada do dia 10 de outubro do ano passado, junto à discoteca Boîte, "gerou-se uma troca de palavras entre um grupo de cidadãos portugueses, onde se encontravam os três ofendidos, e três mulheres de nacionalidade francesa". Acusou Anas de homicídio qualificado, mas nas alegações finais do julgamento deixou cair este crime para pedir uma condenação por "ofensas corporais graves, agravadas pelo resultado".
O principal arguido negou o crime. Garantiu nunca se ter envolvido em confronto com ela. Para sustentar essa afirmação, a defesa trouxe ao julgamento duas médicas legistas, do INML do Algarve, que contestam de forma categórica que Paulo tenha morrido das consequências de um soco e apontam um AVC, com derrame cerebral, como causa da morte.
"As peritas que subscrevem este relatório são da opinião que Paulo Correia não sofreu um traumatismo de natureza contundente tipo murro na face nem na região occipital", avança o parecer assinado pelas médicas Teresa Dores Costa e Maria Conceição Roubaco.
Para as especialistas, o AVC com derrame terá, "muito provavelmente, resultado de rotura de aneurisma da artéria cerebral posterior". E acreditaram que o álcool que a vítima tinha no sangue mas também o stress a que estava sujeito numa situação de confrontos físicos, tenha contribuído para o AVC.
Pormenores
Pedida pena de 8 anos
O Ministério Público pediu nas alegações finais do julgamento que o principal arguido fosse condenado por ofensas à integridade física, a oito anos de cadeia.
Possível adiamento
A leitura do acórdão pode ser adiada se os juízes entenderem alterar o crime de homicídio para ofensas. Terão de dar prazo aos advogados para se pronunciar.

