Pastor de igreja e mulher acusados de alojar em armazéns imigrantes que traziam para o Seixal
O Ministério Público do Seixal acusou um casal - um pastor de uma igreja evangélica e uma ministra de culto e tesoureira - de forjar documentos para a entrada de cidadãos estrangeiros em Portugal e de os alojar em espaços comerciais transformados em quartos sem condições de habitabilidade, obtendo "avultados lucros".
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O Ministério Público (MP) comunicou à autarquia as moradas conhecidas para que sejam realizadas fiscalizações, juntamente com a autoridade local de saúde, para apurar as condições de higiene e salubridade dos locais.
Um dos alojamentos explorados pelos arguidos, Zaqueu Pereira e a companheira, é um armazém na Torre da Marinha, concelho do Seixal, que foi transformado em alojamento com dezenas de quartos onde residem cerca de uma centena de pessoas, muitos casais com crianças, em condições precárias. Este será apenas um dos espaços no concelho que o casal explorava, cobrando mensalmente rendas de 400 euros.
De acordo com a acusação, o casal aproveitou-se “dos contactos que tinha através da Igreja Evangélica, da credibilidade que a condição de Pastores e Ministros de Culto lhes conferia entre os crentes e, por outro lado, da vulnerabilidade dos cidadãos estrangeiros, na maioria brasileiros, e da precariedade em que se encontravam, propícia a que aceitassem as condições que lhes apresentavam”.
"Estes imigrantes pagavam aos arguidos pelos documentos necessários à legalização e, simultaneamente, 'alimentavam' e mantinham em funcionamento, com 'clientes' em permanência, o negócio de arrendamento de quartos, do qual os arguidos obtinham avultados proventos", lê-se na acusação do Ministério Público.
Os arguidos estão acusados de 13 crimes de auxílio à imigração ilegal e outros 13 de falsificação de documentos.