
PJ deteve um homem e apreendeu meio milhão de euros numa ação inserida na operação internacional Eureka
Ricardo Ramos / Global Imagens
A PJ deteve um homem indiciado por associação criminosa, branqueamento de capitais e tráfico de droga e apreendeu meio milhão de euros e viaturas numa ação inserida na operação internacional Eureka. No total, foram detidos 132 membros da máfia calabresa em oito países.
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Em Portugal, a ação policial decorreu em Braga, Vila Nova de Gaia, Aveiro e Lisboa, tendo resultado na detenção de um cidadão de nacionalidade italiana e na apreensão de cerca de meio milhão de euros em dinheiro, documentos e viaturas, indica a PJ em comunicado. Foram igualmente arrestados ativos de nove sociedades comerciais, incluindo cinco estabelecimentos de restauração.
A ação integra a operação internacional Eureka, lançada nível europeu há mais de três anos e que se foca na organização criminosa italiana Ndrangheta.
A Interpol refere que na operação realizada esta quarta-feira de madrugada foram feitas rusgas por autoridades policiais, além de Portugal, da Alemanha, Bélgica, Eslovénia, Espanha, França, Itália e Roménia, bem como Brasil e Panamá.
Várias empresas foram também visadas nas operações que envolveram mais de 2770 agentes da polícia, que prenderam 132 membros de uma das redes criminosas mais poderosas do mundo.
Segundo o comunicado, a Ndrangheta tem ligações ao Primeiro Comando da Capital do Brasil e é responsável pelo transporte e tráfico de grandes quantidades de cocaína para a Europa, tráfico de armas, posse ilegal de armas, fraude e evasão fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.
A rede criminosa, liderada por famílias poderosas da Calábria, esteve envolvida durante décadas "em episódios de violência entre clãs, com vários confrontos armados em San Luca, que culminaram em tiroteios em massa em Itália e no estrangeiro, com particular destaque para o massacre de Duisburg, na Alemanha, em 2007", explica a PJ.
A nível nacional, a operação decorreu em concertação com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), no âmbito da cooperação judiciária e policial com as autoridades italianas, e destinava-se ao cumprimento de vários mandados de busca domiciliária e não domiciliária, bem como ao cumprimento de mandados de detenção europeus.
