O avô que matou a neta em casa em Vialonga por vingança contra o anúncio da mãe que iria sair de casa ficou em prisão preventiva. Olegário Borges, 69 anos vai cumprir a medida de coação aplicada, esta terça-feira, pelo Tribunal de Lisboa no Hospital Prisão de Caxias, onde vai ser submetido a perícia psiquiatra.
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A menina Lara, com sete anos, foi assassinada na noite de segunda-feira, dia 13. Foi a mãe da menina que, ao chegar a casa no primeiro esquerdo do número dois da Rua Primeiro de Dezembro perto das quatro horas da manhã, se deparou com o cenário dantesco e chamou as autoridades. A filha estava moribunda, a casa revirada e havia sangue por todas as paredes, sinal que a menina lutou contra o avô que chamava de paizinho. O crime foi cometido na sala da habitação, onde o homicida permaneceu com a menina sem vida até que a mãe chegasse a casa. Quando esta chegou, pegou na filha e gritou pelas escadas com a menina ao colo. "Não cheguei a tempo de salvar a minha filha", exclamou, de acordo com o vizinho Diogo Gomes, que acordou nesta altura.
O homicida tentou nesse momento matar-se, cortando os pulsos e pescoço com uma faca de cozinha, a mesma que usou para matar Lara, mas sem sucesso. Esteve internado no Hospital de Santa Maria e depois de receber alta foi detido pela PJ de Lisboa.
Na génese do homicídio estará uma vingança ao anúncio da mãe de Lara, filha de Olegário Borges, de que ia mudar de casa para viver com o namorado. O homicida não aceitava que esta dedicasse tempo ao novo namorado e ainda via como uma afronta que esta saísse de casa, onde viviam os três desde que Lara nasceu, para seguir a sua vida longe de Olegário e colocando assim fim à vida que o homem não aceitava que terminasse.
Assim, decidiu vingar-se da filha ao matar a neta com quem tinha até então uma relação invejável de amor e cumplicidade.
Todos os fins de semana, a pequena Lara acompanhava o avô à sua horta nas traseiras do Bairro da Icesa, a poucas centenas de metros de casa. Aqui, a menina brincava com os seus bonecos sentada junto a uma mesa, mesmo junto à horta, enquanto o seu avô tratava dos legumes.
Durante a semana, o avô levava a menina à escola, na Associação para o Bem-estar Infantil de Vialonga, perto de casa. O ambiente entre os dois era sempre o melhor e admirável por todos os vizinhos que ficaram em choque com o crime.