Começa a ser julgado, esta terça-feira, no Tribunal de Guimarães, um professor de Educação Moral e Religião da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Famalicão, por abuso sexual de 15 alunas.
Corpo do artigo
O docente está acusado de 86 crimes de abuso sexual de menores dependentes e um de abuso sexual de menores dependentes na forma tentada.
Os alegados abusos terão acontecido, maioritariamente, durante os ensaios na companhia de teatro “Andaime”, da qual era encenador e fundador, a alunas que tinham idades entre os 14 e os 17 anos.
O caso teve origem numa denúncia anónima mas o professore alegou que tal tinha sido uma “combinação” para “arrasar” a sua reputação e da companhia de teatro.
De resto, após a acusação, o docente requereu a abertura de instrução e negou os factos. Apontou que era tudo uma “cabala de um grupo de jovens” que se sentiram “rejeitadas ou trocadas enquanto atrizes” e por isso decidiram vingar-se com “acusações infundadas”.
Certo é que a juíza de instrução criminal assim não entendeu e considerou existir “prova robusta” de que terá cometido “inúmeros atos atrozes” e decidiu levar o professor de Moral a julgamento. Considerou ainda que a tese apresentada pelo arguido é “descabida” e apontou os relatos não só das vítimas mas também de outros elementos, nomeadamente masculinos, que terão assistido a alguns abusos.
Para a juíza, o professor era adorado pelos alunos que frequentavam a companhia de teatro e os docentes são normalmente encarados como modelos a seguir. Por isso, aponta, foi manipular as alunas para a “prática reiterada” dos abusos.