Infiltrações recorrentes com risco para guardas no posto de Lordelo. Associação pede encerramento provisório. Novo posto só em 2021.
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O posto da GNR de Lordelo, em Guimarães, está cada vez mais degradado e as infiltrações até já atingiram a rede elétrica, com óbvios riscos para os profissionais que ali trabalham. A água oriunda da chuva e das várias deficiências do sistema de canalização sai pelas lâmpadas e cai em baldes que os militares colocaram para proteger o chão.
Os problemas do edifício onde funciona a GNR de Lordelo não são novos - há mais de 20 anos que população e militares reclamam um novo posto. Há cinco anos, a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) denunciou que nos períodos de chuva as infiltrações eram tão graves que atraíam cobras e ratos. Agora, a degradação do espaço é cada vez mais evidente e os problemas multiplicam-se, desta feita com riscos para a vida dos profissionais que ali trabalham. "As instalações são uma vergonha. Só não houve uma tragédia até hoje por acaso, porque já não é a primeira vez que do teto sai água através da instalação elétrica", denuncia Paulo Pinto, coordenador da região Norte da APG/GNR.
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Provisório há 30 anos
Embora a GNR vá fazendo obras no posto - recentemente foi pintado o interior e construída uma casa de banho -, os problemas são tantos, que as reparações já não os disfarçam. Isto acontece porque o edifício, para além de ser antigo, foi desenhado para ser residencial e o posto só ali foi instalado de forma provisória até ser construído um novo quartel. Só que a GNR já está ali de forma provisória há quase 30 anos, com sucessivas promessas de construção de um novo quartel, por iniciativa da Câmara de Guimarães e do Ministério da Administração Interna (MAI). O terreno até está escolhido, na entrada do parque industrial de Mide, em Lordelo, mas a obra não fica concluída antes de 2021. "Prevê-se que o projeto de execução possa estar aprovado no primeiro semestre de 2020, para imediato lançamento do concurso para a construção", revela fonte do MAI, confirmando que o anteprojeto, da autoria da Câmara, já está no Ministério.
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Até lá, a APG/GNR defende que o posto devia ser encerrado: "A estrutura de comando distrital e nacional, tão exigente e tão polida, devia fechar as instalações e distribuir os profissionais por outros postos com condições até ser construído o novo posto de raiz". O posto da GNR de Lordelo é um dos que motiva a exigência da APG/GNR da criação de um regulamento de higiene e segurança no trabalho, rejeitado pela Assembleia da República na legislatura anterior.
Pormenores
Posto de Lordelo - A estimativa de custos para o novo posto de Lordelo é de 950 mil e 400 euros mais IVA, já inscritos na lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança do MAI.
Posto das Taipas - O posto da GNR das Taipas, também em Guimarães, é outro caso para o qual os militares e a população reclamam uma intervenção. Neste caso, o projeto é para requalificação.
Balanço - Atualmente, o MAI tem em curso 22 obras em quartéis e esquadras e já concluiu 54 desde 2017.