O Tribunal da Relação diminuiu de 16 para 14 anos o período de prisão efetiva de Letícia Gonçalves, a jovem fafense de 23 anos que, em outubro de 2017, matou o namorado com uma facada no pescoço.
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O Tribunal de Guimarães tinha-a condenado a 16 anos de prisão efetiva pelos crimes de homicídio qualificado e violência doméstica. Agora, o Tribunal da Relação diminuiu a pena em dois anos, argumentando com "a juventude da arguida, a sua personalidade imatura e a natureza da própria relação com a vítima, de conflito permanente e ainda, também, considerar atitude desta previamente aos factos, de ter trancado a porta de casa impedindo-a de nela entrar, sendo então noite".
Recorde-se que foi dado como provado que Bruna Letícia Gonçalves e o namorado Luís Filipe Rodrigues discutiram e a jovem acabou por esfaquear o rapaz no pescoço, causando-lhe ferimentos graves que viriam a culminar na sua morte. Letícia foi ao telemóvel do namorado e viu uma mensagem de parabéns enviada por este à ex-namorada. Acordou-o de madrugada e a discussão culminou na facada que lhe viria a causar a morte. Para o tribunal, ficou provado que Letícia era "controladora", "obsessiva" e que agiu por ciúme.
Naquela noite, depois de dar uma facada com uma profundidade de 1,5 centímetros no pescoço do namorado, Letícia chamou o 112 e disse que Luís se tinha cortado. Depois, lavou a faca e esperou pelo INEM, mas as autoridades detetaram vestígios de sangue de Luís no cabo da faca de cozinha cuja lâmina era de dez centímetros.
Ficou ainda provado que Letícia agrediu o namorado pelo menos duas vezes durante a relação, uma vez com um soco e outra com arranhões, que "não apreciava que o Luís contactasse familiares e amigos", e "mandava mensagens de forma insistente", para além de "vigiar as redes sociais e o telemóvel", lê-se no acórdão.
Durante três vezes, na sequência de discussões, o rapaz saiu da casa onde ambos moravam, em Pardelhas, Fafe.