Rosalina "só pode ter sido morta por alguém que queria calá-la"
Olímpia Feteira, uma das principais herdeiras da fortuna que estará na origem do assassinato de Rosalina Ribeiro, no Brasil, está convencida de que a mulher com quem disputava a herança "só pode ter sido morta por alguém que tivesse interesse em calá-la".
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Olímpia Feteira de Menezes, engenheira, nascida fora do casamento de Lújcio Thomé feteira, não esconde o seu mau relacionamento com a mulher que, durante mais de 30 anos, acompanhou o seu pai, como secretária e depois como amante.
Vários processos em tribunal têm oposto as duas mulheres, desde que o emprésário que se tornou num dos homens mais ricos do Mundo morreu, em 1999, em Lisboa, na companhia de Rosalina Cardoso Ribeiro. Mas mesmo assim Olímpia não tem dúvidas de que a execução da portuguesa a tiro, em circunstâncias ainda por esclarecer, em Dezembro do ano passado, se tratou de uma "morte por encomenda", como referiu ao JN. Quanto às motivações do crime, a herdeira não tem dúvidas de que elas devem ser procuradas no dinheiro e nos bens que estão em jogo na herança. "As autoridades devem procurar a quem interessa essa morte encomendada", afirmou.
Logo em 2001, um ano após a morte de Lúcio Thomé Feteira, Olímpia e outros familiares apresentaram uma queixa-crime contra Rosalina, por se terem apercebido de que ela "quis apoderar-se de uma parte da herança que pertencia à viúva". Essa tentativa, explicou ao JN, traduziu-se, no uso de contas bancárias e na abertura de cofres que pertenciam à herança da família. A queixa foi apresentada, mas de acordo com Olímpia de Menezes, o seu avanço na justiça terá sido lento.
Para além disso Olímpia manteve accções judiciais em Portugal e no Brasil tendo em vista vedar a Rosalina o acesso à herança. Ainda uma semana antes do crime, a engenheira tinha estado no Brasil.
A filha de Lúcio Feteira foi já inquirida formalmente pela polícia bravsileira, tendo fornecido abundante documentação sobre movimentações bancárias das contas que fazem parte do património deixa do pelo industrial.
Em declarações ao jornal brasileiro Extra, que confirmou ao JN, Olímpia de Menezes acusou também Rosalina de ter usado documentação falsa para esvaziar contas bancárias pertencentes ao magnata da indústria e do imobiliário.
Estas contas estariam domiciliadas em Inglaterra, no Brasil e nos Estadios Unidos da América mas sobretudo na Suíça. Olímpia quantificou essas transferências em cerca de dez milhões de euros, mas outras fontes referiram ao JN que essa verba ascenderá a cerca de 26 milhões.