Dois cabazes de alimentos, produtos de higiene, latas de atum, leite, cereais e massa. Foram alguns dos bens que foram furtados do espaço onde funciona o Movimento Mais Solidário de São Pedro do Sul, que há cerca de três anos ajuda pessoas carenciadas do concelho de São Pedro do Sul e dos municípios vizinhos.
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A responsável pelo movimento, Andreia Ribeiro, disse ao JN que se apercebeu do furto quando se deslocou à sede da instituição, instalada numa antiga escola primária que foi cedida pela Junta de Freguesia de São Pedro do Sul, para ir buscar dois cabazes para auxiliar os mais pobres.
"Como trabalhamos com bens não perecíveis e pode haver alguma emergência deixamos sempre alguns cabazes feitos ou então vamos fazer. No sábado (dia 12 de novembro), fui buscar uns cabazes para entregar, quando cheguei, a porta de fora estava fechada, mas a porta de dentro, de madeira, estava arrombada", contou.
"Tínhamos o armário dos bens de higiene remexido e faltavam alguns produtos, mas o que inventariámos mais foi a parte dos alimentos. Os dois cabazes que tínhamos feitos não estavam lá. Depois foram levados vários alimentos, latas de atum, leite, cereais e massa", avançou Andreia Ribeiro, estimando que o prejuízo ronde os 300 euros.
Segundo a responsável, os gatunos só levaram comida, apesar de na sala haver outros bens, como micro-ondas e aquecedores.
"Achamos que foi alguém que deveria estar desesperado por comida, mas que ainda deixou comida para as outras pessoas", adiantou Andreia Ribeiro, salientando que devido ao furto o movimento terá agora mais dificuldades em apoiar quem precisa.
"Nós conseguimos ajudar, mas temos cada vez menos doações. As pessoas não têm possibilidades de dar, temos cada vez menos alimentos. É claro que isto vai comprometer, se calhar tínhamos comida aqui para o próximo mês todo e agora não temos", disse, acrescentando que a palavra de ordem agora é racionar os alimentos doados para se conseguir ajudar o maior número de pessoas possível.
O Movimento Mais Solidário de São Pedro do Sul vai continuar a apoiar quem lhe bater à porta e já deixou um bilhete na entrada para os eventuais culpados. Nessa nota, que também foi partilhada nas redes sociais, os voluntários alertam as pessoas com necessidades de que "não precisam de roubar".
"Podem pedir porque por muita vergonha que as pessoas tenham é mais fácil pedir. Não custa nada deixar um bilhete a pedir ajuda. Nós, dividindo dá para todos, agora se levam assim tudo.... Estamos com receio que isso volte a acontecer", admitiu Andreia Ribeiro, realçando que um novo furto pode levar ao fim do movimento solidário.
O grupo de voluntários não apresentou queixa nas autoridades por estar em causa o roubo de bens doados, mas avisou a Junta de Freguesia de São Pedro do Sul do sucedido.