Rui Moreira pede extinção da “inoperante” Agência para a Integração, Migrações e Asilo
O presidente da Câmara do Porto criticou esta manhã de segunda-feira a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) acusando-a de “continuar morta perante o aparente descontrolo dos fluxos migratórios” e defendeu mesmo que deve ser extinta. Os restantes partidos do Executivo também exigiram mais ação pública.
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Para fazer evitar fenómenos como o ataque a imigrantes ocorrido na passada sexta-feira, no Bonfim, - "um crime de ódio" - Rui Moreira defendeu, esta manhã de segunda-feira, a extinção deste organismo que substituiu o SEF e a distribuição dos seus recursos pelos municípios e pelas forças de segurança.
Rui Moreira revelou que, no sábado, o seu gabinete foi contactado pelo presidente da AIMA que, “supreendentemente”, questionou o que poderia fazer o Município. O autarca lembrou que a AIMA tem mais de 80 milhões de euros de orçamento, 34 balcões e 740 funcionários, prevendo-se ter mais 10 balcões e 190 funcionários. “O que fez neste caso concreto?” questionou, em retorno e de modo retórico, o autarca.
"Agência inoperante que desperdiça dinheiros públicos"
Além de criticar o modo como se processou a extinção do SEF, Rui Moreira acusou a AIMA de ser uma “agência inoperante, que desperdiça dinheiros públicos sem o cumprimento da missão a que se propôs”. Defendeu por isso que deve ser extinta, pedindo ainda à Assembleia da República que investigue esta agência nacional, que “continua morta perante o aparente descontrolo dos fluxos migratórios”.
O autarca considerou “inaceitável” o ataque aos imigrantes ocorrido na freguesia do Bonfim - "um crime de ódio" - e que será igualmente inaceitável “qualquer tentativa de o justificar ou explicar”. “É um crime odioso e devemos confiar que as autoridades policiais tudo estão a fazer para que os seus responsáveis, diretos ou diretos, sejam identificados. E esperamos que a Justiça saiba puni-los de forma exemplar”, antecipou.
"Há fundadas razões para nos preocuparmos com a insegurança"
Falando no período antes da ordem do dia, Rui Moreira disse aguardar os resultados das investigações das autoridades, mas fez questão de referir que há “fundadas razões para nos preocuparmos com o clima de insegurança que se tem vivido nessa zona da cidade e sobre temos vindo a falar com a PSP. Mesmo que não haja uma correlação direta com o sucedido este fim-de-semana, não nos podemos esquecer que os fenómenos extremistas e racistas encontram um terreno fértil à sua ação quando o Estado não é capaz de cumprir plenamente a sua missão de garantir a segurança, a proteção e a tranquilidade dos seus cidadãos”.
Por fim, Rui Moreira pediu “políticas ativas, que garantam a plena integração dos imigrantes, mas também que tranquilizem as populações. Uma política que contrarie o racismo e a xenofobia. Que impeça a sua proliferação. Que não permita o oportunismo de quem, fingindo combatê-lo, espera que ele cresça para alimentar o seu radicalismo.