Presidente da Liga Portugal quer que os adeptos defendam os valores de convivência desportiva.
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No sábado, um adepto do F. C. Porto teve de sair da bancada no Estádio do Estoril, com uma filha de colo, por ter sido insultado por adeptos do clube canarinho. A criança, apavorada e em lágrimas, terá ficado assustada. Este caso está a ter repercussões no futebol português e surge uma semana depois de uma criança ter sido forçada a despir a camisola do Benfica no encontro em Famalicão.
O presidente da Liga, Pedro Proença, reagiu, nas redes sociais, ao incidente. "Numa semana marcada por um conjunto de incidentes que contrariam os princípios da tolerância e negam os valores essenciais do Desporto, que tiveram réplica também na presente jornada, somos convocados para uma reflexão conjunta que não pode deixar ninguém ausente - ninguém!", começou por escrever.
A mudança começa em cada um de nós
"Num momento de retoma, que queremos fazer regressar as famílias aos palcos desportivos, temos de repudiar, de forma firme e convicta todos os atos que configurem atentados a todos quantos constroem o espetáculo que deve ser o futebol, contribuindo para uma perceção que não corresponde a nenhum dos valores que defendemos. Este caminho pode ser longo mas a determinação em alertar para os reais valores de convivência desportiva e competitiva é inabalável - e para esta caminhada, estamos todos convocados!", defendeu.
O dirigente apelou ainda à defesa dos valores de convivência desportiva, explicando que a mudança começa nos próprios adeptos. "A mudança começa em cada um de nós, na reflexão sobre o que é o desporto e a cidadania. Essa reflexão constituirá uma parte substancial deste caminho. Não desistiremos de defender o que está certo e de reclamar meios e condições para o efetivar. O choro de uma criança, apavorada, agarrada aos braços do seu pai, num estádio de futebol, deveria ser suficiente para nos fazer... parar!", concluiu.
Esta criança e o pai foram vítimas de intolerância inaceitável
Também o secretário de Estado da Juventude e do Desporto reagiu ao incidente, garantido que "a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto agirá contra o comportamento dos adeptos em causa".
"Esta criança e o pai foram vítimas de intolerância inaceitável por parte de um grupo de adeptos da equipa adversária. Este tipo de incidentes não podem ter lugar nos nossos estádios. Como também não podemos aceitar as tentativas de normalização da intolerância no desporto. O Governo vai continuar a lutar implacavelmente contra este tipo de situações", acrescentou João Paulo Correia, nas redes sociais.