Dois taxistas, homem e mulher, foram acusados de crimes de violência doméstica, cometidos um contra o outro, em Braga. Foram amantes no período entre 2019 e 2022 e trocaram frequentemente insultos, ameaças e agressões, sustenta o Ministério Público (MP), em acusação que já está a ser julgada pelo Tribunal de Braga.
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O homem, de 56 anos, foi acusado apenas de violência doméstica, enquanto a mulher, de 44, responde também pelo crime de gravações e fotografias ilícitas, que terá enviado para a mulher dele e para uma outra, supostamente também sua amante.
A acusação diz que a relação começou em 2019, sendo ele casado, com dois filhos, e ela divorciada, com um filho. Segundo o MP, desde o início da relação que os arguidos revelaram um comportamento agressivo e obsessivo, rebaixando-se, constante e reciprocamente, muitas das vezes por ciúmes.
Como ele nunca pernoitava com ela ao sábado e ficava incontactável, deixava-a com suspeitas de traição. Por isso, ela insultava-o, ameaçando fazer queixa dele, “incluindo por violência doméstica inventada”.
Os ataques verbais, mútuos, ocorriam mesmo quando um deles guiava o táxi com clientes dentro, ou diante do filho menor dela e de uma filha dele. Num dos casos, chegaram a agredir-se fisicamente, dentro do carro, com um cliente a assistir.
Certo dia, o homem foi a casa da arguida exigir 30 euros, do arranjo de um pneu. Ela não quis pagar e ele deu-lhe um soco.
Fotografado a dormir
A violência agravou-se quando a mulher se convenceu de que o homem tinha outra amante e um filho dela. Sucederam-se as agressões, tendo ela chegado a puxar de uma faca para o matar. No entanto, só lhe deu um murro.
Certo dia, a arguida pediu-lhe que se despisse para lhe tirar uma fotografia, como lembrança e para comemorarem os três anos de relacionamento. O homem aceitou e, quando dormia, aquela tirou-lhe mais fotografias e apoderou-se dos seus dois telemóveis, copiando-lhe os dados. Mais tarde, ainda segundo a acusação do MP, enviou as fotografias à mulher dele e à suposta amante.v