Torre sem guardas, greve e câmaras sem vigilância ajudaram à fuga de dois reclusos
A fuga dos dois reclusos da cadeia de Alcoentre, na Azambuja, ocorreu nas imediações de uma torre de vigia que estava a funcionar no domingo, mas que, nesta segunda-feira, estava desativada.
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"Não sabemos a razão por que não estava nenhum guarda na torre de vigia", refere, ao JN, o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Frederico Morais. Outras fontes contactadas pelo JN garantem, contudo, que a carência de guardas deixou a torre de vigia desativada.
As mesmas fontes asseguram, ainda, a mesma falta de guardas fez com que ninguém estivesse a monitorizar o sistema de videovigilância que cobria o pátio da Ala B. E garantem que, à hora da fuga, apenas 15 guardas prisionais estavam de serviço quando deveriam ser 30. Tudo devido à greve às horas extraordinárias que está em vigor naquele estabelecimento prisional.
“Entrou uma equipa, de 15 guardas, às 16 horas para fazer o turno até à meia-noite e que seria auxiliada por uma equipa que prolongaria o seu trabalho até às 19 horas, altura em que os reclusos são encarcerados nas celas. Porém, devido à greve, as duas equipas que estavam de serviço saíram às 16 horas e ninguém ficou a fazer trabalho extraordinário até às 19 horas”, conta uma das fontes.
E os 15 guardas prisionais que estavam de serviço estavam mais atentos à cantina, onde alguns reclusos acabavam de jantar, e às celas que começavam a receber os primeiros ocupantes, do que ao pátio por onde se deu a fuga.