Ex-segurança desapareceu meio ano antes de o suspeito ser detido com drogas e armas. Ossadas foram encontradas em terreno de Pedrógão Grande.
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O inglês que a Polícia Judiciária (PJ) deteve por tráfico de droga, em dezembro, na zona de Pedrógão Grande, é suspeito de ter matado o compatriota Joel Eldridge, de 30 anos. Este ex-segurança da cidade de Bexhill, Sudeste de Inglaterra, estava desaparecido há cerca de um ano, mas tudo indica que são suas as ossadas desenterradas pela PJ do Centro, na terça-feira, num terreno em Pedrógão Grande.
Fonte próxima da investigação admitiu ao JN que o inglês apanhado em dezembro com cerca de 50 quilos de haxixe, MDMA, liamba, cocaína e LSD, avaliados em 1,5 milhões de euros, tinha relações com Eldridge e também é investigado pelo envolvimento no seu provável homicídio.
"É uma hipótese entre outras", ressalva, ainda assim, a mesma fonte, enfatizando que continuam sob investigação vários cenários, até por força da diversidade de contactos da vítima, entre a sua chegada a Portugal, em janeiro de 2018, e o seu desaparecimento, pouco mais de meio ano depois. Joel Eldridge, que trabalhou em várias empresas de segurança inglesas, partilhou uma habitação com compatriotas na Sertã, mas também andou pelo interior da zona Centro, onde vive uma numerosa comunidade estrangeira (ingleses, alemães e do Norte da Europa).
Busca por vestígios
De qualquer modo, a investigação, que tem tido colaboração das autoridades inglesas, parece já adiantada e focada na ligação ao traficante de 29 anos detido em dezembro, a quem também foram apreendidas armas ilegais. A fonte contactada na quarta-feira pelo JN não quis esclarecer como chegou a polícia ao local onde estavam as ossadas, mas, segundo as informações recolhidas terça-feira, as coordenadas terão sido dadas por pessoa com responsabilidades pelo crime.
De resto, a PJ não só encontrou os restos mortais de uma pessoa que, seja ou não Joel Eldridge, foi assassinada (há vestígios de o corpo ter sido queimado), como fez uma busca num imóvel para recolher vestígios biológicos que podem estar ligados à vítima e ao momento do crime.
Mas ainda é preciso realizar exames periciais de ADN para verificar se aqueles vestígios e as ossadas pertencem, de facto, a Joel Eldridge.