Britânico condenado por matar mãe e filho acusado de assassinar sócio em Portugal
Em agosto de 2018, dois cidadãos britânicos terão assassinado violentamente um inglês de 29 anos porque este queria sair do esquema de tráfico de droga em que participavam. Foram agora acusados de homicídio e ocultação de cadáver pelo Ministério Público de Castelo Branco. Em maio deste ano, um dos arguidos foi condenado a pena perpétua em Inglaterra pela morte de uma mulher e do filho de quatro anos por causa de uma dívida de droga no valor de 455 euros.
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Joel Eldridge, 29 anos, veio para Portugal em janeiro de 2018, alegadamente para trabalhar na reconstrução de uma casa perto de Coimbra. Porém, o ex-segurança acabou a colaborar num esquema de tráfico de droga na zona centro com dois outros britânicos: o galês Jacob Barnard, 33 anos, e o inglês Joshua Sherwood, 30 anos.
Passados seis meses, Joel ter-se-á arrependido e anunciou que ia regressar ao Reino Unido. Temendo que ele os denunciasse quando chegasse a casa, os dois sócios decidiram que ele tinha de ser silenciado para sempre.
Esfaqueou, baleou e desfez crânio com machado
Segundo a acusação, entre 17 e 28 de julho, Jacob convidou Joel até sua casa na aldeia da Macieira. Lá, atacou-o com um "taser" (arma de eletrochoques), mas ele esquivou-se. Então, esfaqueou-o numa perna e baleou-o por três vezes quanto este tentava fugir.
"Não satisfeito com os seus atos, o suspeito Jacob Barnard aproximou-se de Joel com um machado quando este estava prostrado no chão e desferiu um número indeterminado de pancadas na sua cabeça", afirma a acusação, citada pelo jornal inglês Daily Mirror. Jacob só parou quando ficou cansado e convencido que a vítima estava morta. O crânio de Joel ficou partido em mais de 40 pedaços.
Jacob e Joshua - que não terá participado ativamente no ataque a Joel - pegaram no cadáver e levaram-no até um baldio em Pedrógão Grande onde, dias antes, tinham cavado uma sepultura. Atiraram o corpo para a campa, regaram-no com combustível e queimaram-no. Por fim, ainda despejaram fertilizante para acelerar a decomposição dos restos mortais.
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Após limparem o local do crime - tiveram de pintar as paredes e até o teto para ocultar os vestígios de sangue - os suspeitos cruzaram a fronteira e deixaram a carteira, o telemóvel e o passaporte de Joel perto da cidade de Badajoz, em Espanha. Sem conseguir contactar com o filho, os pais de Joel participaram o seu desaparecimento às autoridades inglesas e iniciaram uma campanha nas redes sociais a pedir ajuda para o localizar.
Cadáver encontrado em agosto de 2019
Os restos mortais do inglês viriam a ser encontrados em agosto do ano seguinte. A investigação da Polícia Judiciária do Centro permitiu apurar o móbil do crime e os seus prováveis autores. Em dezembro de 2018, Jacob já tinha sido detido na zona de Coimbra na posse de 50 quilos de estupefacientes vários - haxixe, MDMA, liamba, cocaína e LSD - no valor de 1,5 milhões de euros, uma catana, um "taser" e uma pistola. Foi condenado a oito anos de prisão por tráfico de droga e posse de armas ilegais, estando atualmente a cumprir pena no nosso país.
Em março deste ano, o MP de Castelo Branco acusou Jacob e Joshua de homicídio e profanação de cadáver. O início do julgamento ainda não tem data marcada. Aguarda a notificação de Joshua que se encontrará no Reino Unido.
Queimou mãe e filho de quatro anos
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Em maio deste ano, Jacob Barnard e um capanga foram condenados pelo Tribunal de Brighton, Inglaterra, a penas perpétuas. Em 2018, incendiaram a casa de Gina Ingles, uma mulher de 34 anos, tendo causado a sua a morte e a do seu filho de quatro anos. O companheiro de Gina conseguiu saltar da janela do primeiro andar, mas sofreu ferimentos graves.
O crime ocorreu a 10 de julho de 2018, pouco antes da morte de Joel. Sem qualquer aviso prévio, durante a madrugada a dupla de traficantes despejou gasolina na porta e pôs fogo à casa de Gina, em Eastbourne, uma cidade no sudeste de Inglaterra.
As chamas aprisionaram a família no interior. Gina e o filho acabariam por morrer no interior do quarto, perto de uma janela. O companheiro saltou da casa e esteve hospitalizado durante meses. A investigação apurou que o incêndio seria uma punição por causa de uma alegada dívida de 455 euros em droga.
Jacob e Andrew Milne, de 42 anos, foram considerados culpados de três crimes de homicídio, um dos quais na forma tentada. Foram ambos condenados a prisão perpétua, tendo de cumprir um mínimo de 36 anos de prisão no caso de Jacob e 34 no de Andrew.