Traficantes da Amadora que abasteciam consumidores no Alentejo começaram a ser julgados
João Semedo, de 33 anos e Fábio Ramos, de 37 anos, residentes no bairro do Casal da Mira, na Amadora, começaram a ser julgados no Tribunal de Beja, acusados em coautoria de um crime de tráfico de estupefacientes.
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Os dois indivíduos foram detidos em 22 de junho do ano passado, por agentes da PSP de Beja, na aldeia de Rio de Moinhos, no concelho de Aljustrel, depois de abastecerem consumidores, tinham no interior da viatura onde se faziam transportar, 187 doses de heroína e 653 doses de cocaína, além de 305 euros em numerário e três telemóveis.
Feita uma busca domiciliária à residência de João Semedo, foram apreendidos 4010 euros, 3210 euros escondidos numa bolsa, disfarçada numa tábua de passar a ferro e 800 euros escondidos numa caixa no interior de uma mesa de cabeceira. Para iludir os polícias, duas balanças de precisão estavam “camufladas”: uma escondida atrás de espelho num quarto e outra no balde do lixo, além de um pacote com mais de 600 gramas de cafeína e paracetamol, utilizados como produto de corte.
Numa sessão que não foi além de duas horas, na manhã desta terça-feira, João Semedo, confessou o tráfico de estupefacientes no Alentejo, justificando com o facto de “ter aparecido uma oportunidade de ganhar mais dinheiro, apesar de não existir falta de consumidores da Amadora”, concluiu.
Assumindo a responsabilidade individual do crime, Semedo procurou desculpabilizar o companheiro, justificando que o dinheiro encontrado na sua residência era da sua companheira, com quem tem dois filhos.
Fábio Ramos, que hoje completa 38 anos, justificou que “nada sabia do negócio, acedi a um convite do meu amigo para vir passear ao Alentejo”, não lhe tendo no dia da detenção sido apanhado qualquer tipo de estupefacientes.
As defesas dos dois arguidos, que estão presos do Estabelecimento Prisional de Beja, alinharam que os seus clientes fossem condenados por um crime de tráfico de estupefacientes de menor grave, a pena de prisão, suspensa na execução.
No final da sessão, Fábío Ramos pediu ao tribunal “uma segunda oportunidade”, tendo a presidente do Coletivo de Juízes recordado que tinha sido condenado em 2020 e 2021, a duas penas suspensas de 18 meses cada, estando a cumprir essas penas.
A leitura do acórdão ficou marcado para o próximo dia 12, às 14 horas.