Traficantes que vendiam droga junto ao tribunal e escola primária vão a julgamento
Dois homens começam a ser julgados, esta quarta-feira, no Tribunal de Beja, acusados de tráfico de estupefacientes. São suspeitos de vender droga junto ao tribunal e à escola primária de Ferreira do Alentejo.
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Manuel Nobre, de 55 anos, e Paulo Costa, de 30 anos, ambos em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Beja, estão acusados da prática, em co-autoria, de um crime de tráfico de estupefacientes. Foram detidos no ano passado, no âmbito de um processo em que lhes foram apreendidas 1650 doses de cocaína, 48 de haxixe e 13 de liamba, além de 3588 euros em dinheiro.
De acordo com o despacho de acusação do Ministério Público (MP) de Ferreira do Alentejo, a que o JN teve acesso, “os arguidos faziam as vendas/entregas do produto estupefacientes junto à porta das residências, outras vezes nas imediações do tribunal, escola primária e vários estabelecimentos comerciais da vila”.
Num dos casos descritos pela investigação levada a cabo pela GNR e que durou seis meses, é descrito que, durante o ano de 2021, Manuel Nobre vendeu a um dos consumidores “com a periodicidade de uma vez por semana, num total de 30 vezes, cocaína pelo valor de 60 euros cada”, o que se traduz numa “receita” de 1800 euros. O processo tem 27 testemunhas, a esmagadora maioria consumidores que adquiriam estupefacientes aos dois arguidos.
Na operação, levada a cabo por militares do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Aljustrel da GNR, em novembro de 2022, foram ainda apreendidos quatro telemóveis, três balanças de precisão, seis facas, um maçarico, um computador portátil, quatro relógios e diversas peças de ouro.
Dado a perigosidade dos arguidos, a ação contou com o reforço de operacionais do NIC e da Secção de Informações e Investigação Criminal (SIIIC) e do Destacamento de Intervenção (DI).
O arguido mais velho é reincidente e está ainda acusado do crime de detenção de arma proibida. Segundo um acórdão transitado em julgado em junho de 2014, Manuel Nobre foi condenado a uma pena efetiva de seis anos de prisão pelo crime de tráfico de estupefacientes, tendo-lhe sido concedida liberdade condicional.
Em setembro do ano passado, dois meses antes dos factos pelos quais vai ser julgado e se encontra em prisão preventiva, Nobre foi ainda condenado a dois anos e 10 meses de prisão efetiva pela prática de um crime de furto qualificado.