O tráfico de droga regressou à Pasteleira Nova. A garantia foi dada, na sessão extraordinária da Assembleia Municipal do Porto, que decorreu na noite de segunda-feira, pelo autarca Rui Moreira, pela deputada do PSD Sílvia Soares e pela representante de várias associações de moradores, Maria Paula Rodrigues.
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Falando no final da Assembleia Municipal, em nome dos moradores da Avenida Marechal Gomes da Costa e dos bairros dos Músicos e das Condominhas, Maria Paulo Rodrigues afirmou que o tráfico instalou-se novamente naquele que era conhecido como o supermercado de droga do Norte do país. “Há outra vez traficantes a vender nas ruas e pessoas a consumir no interior dos carros”, alertou.
Na sequência deste regresso, também os assaltos voltaram a uma zona da cidade do Porto que, num passado recente, era assolado pela criminalidade. “As condições agravaram-se junto à sala do consumo vigiado [colocada no interior da Pasteleira Nova] e voltaram a ser degradantes”, criticou a moradora.
“Hoje, o tráfico já é feito à porta da sala de consumo vigiado”, confirmou Rui Moreira. Segundo o edil, o policiamento permanente daquele bairro, implementado desde a operação de grande envergadura que, em abril deste ano, permitiu a detenção de 15 traficantes, foi interrompido, permitindo que a droga voltasse a circular junto às paragens de autocarro, nos jardins e nas ruas.
Problemas em Ramalde mantêm-se
A deputada social-democrata Sílvia Soares explicou que os agentes deixaram de estar na Pasteleira Nova 24 horas por dia para permanecerem apenas 12 horas diárias. Durante a intervenção na Assembleia Municipal, a deputada justificou esta alteração com a necessidade de deslocar polícias para outros locais da cidade afetados pelo tráfico de droga, após a intervenção policial na Pasteleira Nova.
“Houve uma deslocalização do policiamento para a Sé e para Ramalde e a população da Pasteleira Nova já começou a sentir os efeitos”, disse.
Sem polícias em número suficiente para fazer face a todas as necessidades, defende Sílvia Soares, aquele bairro portuense, assim como outros locais da cidade, estão a ser assolados de novo pelo tráfico de droga e, consequentemente, por assaltos com armas brancas, furtos e outros focos de tensão.
Apesar de a PSP ter decidido retirar polícias da Pasteleira Nova para combater a criminalidade noutros espaços, os problemas em Ramalde, um dos bairros mais prejudicados pela deslocalização do tráfico de droga, mantêm-se.
“Houve um aumento do consumo de droga, da mendicidade e dos roubos por esticão. Recebo diariamente pessoas indignadas pela ausência de uma patrulha e por terem de esperar hora e meia sempre que chamam a Polícia”, afirmou a presidente daquela junta de freguesia, Patrícia Rapazote.