Três agentes da PSP foram condenados, esta terça-feira, pelo Tribunal de Setúbal, por um crime de sequestro agravado.
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Dois agentes da PSP foram condenados a cinco anos de prisão, pena suspensa, por crime de sequestro agravado e ofensas à integridade física.
Outro agente policial foi condenado a quatro anos e dois meses de prisão suspensa por crime de sequestro agravado, tendo sido ilibado da acusação de ofensas à integridade física.
Os três agentes ficam proibidos de exercer funções na Polícia durante o período de pena suspensa.
O caso remonta à madrugada de 4 de dezembro de 2016, quando os agentes da PSP intervieram em desacatos que decorriam em frente à discoteca BK, em Setúbal, agredindo três dos envolvidos. Um deles, de 18 anos, foi algemado e colocado na bagageira da viatura policial e levado para uma fábrica abandonada a alguns quilómetros de distância, onde foi agredido e abandonado.
"Parece-me uma sentença ajustada e equilibrada porque tudo indica que os agentes policiais tiveram uma conduta perfeitamente inaceitável. O meu constituinte, Luís Contente, um jovem de 18 anos, trabalhador-estudante, foi tratado de uma maneira inaceitável, ainda que pudesse ser alvo de alguma censura, porque tudo isto surgiu na sequência de uma zaragata à porta de um estabelecimento de diversão noturna", disse à Lusa, José Paulo Dias, advogado da vítima.
"É lógico que a polícia tem de intervir para restaurar a paz pública, mas, daí a exercer agressões gratuitas sobre o jovem, que estava no chão manietado com as mãos atrás das costas, a colocá-lo na bagageira do carro, caraterizado, da polícia - um tratamento perfeitamente desumano -, e, não contentes com isso, abandonando-o às cinco da manhã nos arrabaldes da cidade numa noite de dezembro, é perfeitamente inaceitável", acrescentou
Os advogados dos arguidos já anunciaram que vão recorrer da decisão do coletivo de juízes.