Tribunal queixa-se de inspetores da PJ que investigaram agente da PSP que matou assaltante
Os juízes que condenaram um agente da PSP a 14 anos de prisão por matar um assaltante que o havia raptado em Benfica, Lisboa, censuraram a investigação dos inspetores da Polícia Judiciária (PJ), dizendo que estes não fizeram diligências fundamentais, como a análise das localizações celulares dos telemóveis, a recolha de imagens de videovigilância ou a reconstituição do crime com os dois arguidos do processo.
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Os depoimentos prestados no julgamento por três elementos daquele órgão de polícia criminal causaram tal incredulidade ao coletivo, que este mandou extrair uma certidão dos mesmos para enviar ao diretor nacional da PJ, Luís Neves, "para os fins tidos por convenientes", lê-se no acórdão condenatório, proferido a 7 de outubro pelo Tribunal de Lisboa, a que o JN teve acesso.
Apesar de existirem versões contraditórias sobre o que se passou na madrugada de 1 de abril de 2024 - o agente refere que foi abordado num semáforo, junto à Ribeira do Jamor, enquanto a cúmplice do assaltante afirma que se conheceram nas imediações do Estádio do Jamor, numa zona frequentada para encontros sexuais -, a PJ terá ignorado indícios que apontavam para a eventual prática de um crime de sequestro, que ficou por investigar.