Virgínia Azevedo distinguida como Enfermeira do Ano por socorrer colega agredido
Virgínia Azevedo, enfermeira então com 62 anos, estava de serviço no Centro Hospitalar do Médio Ave, em Famalicão, quando viu-se obrigada a ir em socorro de um colega que estava a ser brutalmente agredido por 12 homens. Foi distinguida como “Enfermeira do Ano”, mas os traumas persistiram.
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Eram 3.30 horas de 22 de fevereiro de 2022, quando a família se deslocou à unidade hospitalar de Famalicão “e, atuando em grupo e mediante ações de intimidação e atos de violência, visando os profissionais de saúde, quiseram forçar a prestação de cuidados de saúde imediatos e nas condições por eles impostas a pessoa que transportavam consigo”, descreveu a acusação do Ministério Público (MP).
“Com esse propósito, os arguidos desferiram vários socos na porta de acesso reservada às urgências, quebrando um dos vidros e, dessa forma, conseguiram alcançar essa área reservada. Uma vez nessa área, pegaram numa maca e transportaram a pessoa que traziam consigo para o interior das urgências, sem aguardarem pelo procedimento de registo e triagem, exigindo sempre em tom alto e ameaçador um atendimento imediato”, lia-se na acusação.
Ainda segundo o MP, “como os profissionais de saúde solicitaram calma e o cumprimento dos procedimentos de registo, os arguidos atingiram-nos com socos e pontapés em várias partes do corpo e chegaram a utilizar barras metálicas de suportes de soro que retiraram das macas e das camas de urgência nas agressões”. Dois enfermeiros e um vigilante foram às vítimas.
Virgínia Azevedo, recordou em entrevista à revista da Ordem dos Enfermeiros, que levou “muita pancada” e só voltou ao trabalho um mês depois. “Fiquei psicologicamente em baixo”, admitiu. E pior ficou quando um dos agressores voltou ao hospital para tratar um filho. “Senti-me cheia de medo. Também revoltada”, confessou.
Outros casos
Médica agredida
Utente foi ao centro de saúde para uma consulta de recurso, mas recusou-se a ser examinado, alegando que a sua médica de família é que conhecia os seus problemas. A clínica que o observava passou, então, uma baixa para dois dias e marcou uma nova consulta para a médica da família, à qual o utente não compareceu.
Este voltaria ao centro de saúde para exigir nova baixa e quando questionado sobre a razão de não ter comparecido à consulta referiu não dever satisfações. A médica recusou passar a baixa médica e foi ameaçada e agredida pela companheira do utente.
Exibiu pistola no consultório
Um psiquiatra estava num consultório de um hospital do Porto quando um homem lhe pediu o relatório médico do seu filho. O médico explicou que só o podia fazer mediante o cumprimento de regras que o requerente recusou cumprir e este abriu o casaco para exibir uma pistola.
Depois, pegou na arma de forma ameaçadora. O médico conseguiu acalmar o homem e este abandonou o hospital.