Liliane Pinto, de 26 anos, a terceira vítima mortal de Pedro Dias ("Piloto"), em Aguiar da Beira, que faleceu esta quarta-feira, após seis meses em coma, só vai ser autopsiada na próxima segunda-feira.
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A autópsia deveria ter sido realizada esta quinta-feira, mas "o Ministério Público (MP) pediu um perito específico para realizar a autópsia, que tem agora data marcada para segunda-feira", confirmou ao JN Cristina Cordeiro, diretora do serviço de Patologia Forense da delegação do Centro do Instituto de Medina Legal. Explicou que o perito em causa "está ausente em serviço, num congresso no estrangeiro".
O JN sabe que o MP exigiu que a autópsia fosse feita pela mesma perita que fez na vítima a avaliação de danos corporais.
A sua ausência levou ao adiamento do funeral de Liliane, que chegou a estar marcado para hoje, às 16.30 horas. "Antecipei-me a marcar o funeral e tive de o desmarcar, porque o corpo não pode ser libertado", lamentou ao JN António Jesus, pai da vítima, que, no último meio ano, visitou diariamente a filha, primeiro no hospital de Viseu e depois na Unidade de Cuidados Paliativos em Seia.
Em consequência, o funeral de Liliane deverá realizar-se na próxima segunda ou terça-feira, em Palhais (Trancoso), onde residia. "Quem sofreu durante tanto tempo, espera mais dois ou três dias", disse o pai.
Liliane vai ser sepultada junto à campa do marido, Luís Pinto, de 29 anos, que, segundo o MP, também foi baleado por "Piloto" no passado dia 11 de outubro.
O casal seguia de carro para Coimbra, onde ia ter consulta de fertilidade. Na Estrada Nacional 229, Pedro Dias terá disparado contra ambos para lhes roubar o carro. Isto, depois de ter abatido um GNR, Carlos Caetano, e ferido com gravidade outro guarda, António Ferreira, único sobrevivente dos crimes de Aguiar da Beira.
Pedro Dias, de 44 anos, natural de Arouca, que fugiu à polícia durante 29 dias até se entregar, aguarda julgamento na prisão de alta segurança de Monsanto.