"Não poderia ter acontecido": Moedas pede abertura de inquérito a alegada agressão da EMEL
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, defendeu esta terça-feira que a alegada agressão de agentes de fiscalização de trânsito da EMEL a um condutor, na Avenida da República, em Lisboa, é "inaceitável", pelo que pediu a abertura de um inquérito.
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Em declarações à TSF, o autarca frisou que "não poderia ter acontecido". "Já pedi a abertura de um inquérito para ver e apurar exatamente o que se passou, mas estas situações não podem acontecer. A minha visão política para a EMEL não é uma visão punitiva para as pessoas, mas sim trabalhar com elas para soluções de estacionamento. Portanto, este comportamento, se assim foi, é inaceitável para uma empresa pública e, portanto, as consequências serão retiradas", garantiu.
Tal como o JN noticiou esta terça-feira, um condutor de 35 anos foi espancado, ontem, por três funcionários da referida empresa. O homem estava no interior da viatura, à espera da mulher, parado na entrada de uma garagem quando foi surpreendido por um fiscal que lhe disse que não poderia ali estar.
"Eu parei numa entrada/saída de garagem. Não é uma zona de parquímetro. Na zona em frente é que há um sinal a dizer que nos lugares seguintes é que é proibido estacionar e parar", contou Hélder M., referindo que um funcionário da empresa, que passava de mota, parou junto da sua viatura e pediu para que a retirasse daquele sítio.
O condutor recusou-se a acatar aquela ordem, alegando que não havia nenhum sinal que o impedisse de estar ali parado "de quatro piscas ligados e com o carro a trabalhar", tendo-se gerado uma troca de palavras menos agradáveis entre os dois.
"Ele disse que ia autuar-me e eu respondi-lhe que ia chamar a Polícia. Foi neste momento que um outro funcionário, que seguia atrás numa carrinha da EMEL acompanhado, se aproximou de mim e encostou a cabeça à minha testa e começou a injuriar-me. Disse-lhe que a conversa não era com ele e levei um soco. Caí redondo no chão. Tentei fugir e levei porrada de três fiscais. Até que os populares conseguiram-me tirar de lá", explicou.
O condutor garante que pára naquele sítio todos os dias para ir buscar a mulher que trabalha ali perto. "Já passou Polícia Municipal, PSP, GNR, pessoal da EMEL e nunca aconteceu nada. Porquê? Porque eu estou lá, de quatro piscas ligados e com o carro a trabalhar. É uma questão de três, quatro minutos. Eu não abandono o carro", assegura, classificando a agressão de "bárbara".
A vítima ficou com o septo nasal partido e sem um dente. Foi assistida no local e transportada para o Hospital de São José, em Lisboa, onde permaneceu até às 21 horas. Regressa à unidade no sábado para saber se terá de ser operado ao nariz.